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  • 18.05.2023 - 15:36

    Sem eira nem beira, Veneziano aponta para seus alvos: João Azevedo e Romero Rodrigues


    Programa é comandado por aspones do senador Programa é comandado por aspones do senador

    Não chegou a ser necessariamente uma ‘rasgação de seda’, como se esperava, a primeira entrevista do senador Veneziano Vital do Rego (MDB) nos estúdios da sua emissora em Campina Grande na manhã desta segunda feira – a Metropolitana FM (101.9).

    O programa, entretanto, foi um ‘orgasmo coletivo’. E onde quem menos se esborrou de prazer foi o arrendatário, dadas obviamente as suas discretas e inegáveis qualidades de cidadão de nobre educação familiar, onde sobejamente consegue passar ao ouvinte o fino trato no modo de se portar na vida pública – e nos microfones -, diferente dos seus empregados comissionados no Senado, que botou para ancorar a grade jornalística, pagos com dinheiro do contribuinte e não com aquele da sua fermentada conta bancária, como seria o correto e legal.

    Cada um da equipe com contracheque do Senado embolsa ainda por mês o auxílio-alimentação, no valor de R$ 1.331,58.

    Mas, o encontro serviu para que se possa avaliar a linha política da emissora e mostrar, sem mais nem menos, que nela é o senador-arrendatário quem manda e dá ordens, e não o Sistema Correio de Comunicação, cujas vinhetas insistentemente levadas ao ar avisam que a rádio pertence ao “time” do ex-Senador Roberto Cavalcanti, o que efetivamente não deixa de ser verdade, uma vez que o vice-presidente do Senado apenas a alugou para satisfazer seus sonhos de infância e, mais pontualmente, as pautas eleitorais.

    O ‘GANCHO’ DO VEREADOR 

    Veneziano iniciou sua dissertação a partir de um programado ‘gancho’ deixado à sua espera pelo visitante (o mais novo guru) que o antecedeu, o vereador Valdeny Santana, que está no aguardo da próxima janela partidária para filiar-se ao MDB que o senador preside na Paraíba, deixando o União Brasil, já que se encontra na mira da Justiça para ser cassado por fraude na cota de gênero na eleição onde sagrou-se parlamentar.

    Sem corar o rosto, disse Vené que os prefeitos e vices que anda filiando ao MDB para chegar com sustança às eleições municipais que se avizinham estão sendo atraídos não somente pelos seus lindos olhos e a vasta cabeleira que está reconstituindo, mas pela alta credibilidade que desfruta no meio político estadual, cumpridor que o é dos acertos e atendendo com invulgar presteza e agilidade todas as solicitações dos maltratados alcaides paraibanos, sejam eles de quais partidos forem.

    Aproveitou para o ataque explícito ao seu primeiro revelado alvo para os próximos embates eleitorais: o governador João Azevedo. Informou que, diferentemente dele na atração de desamparados prefeitos para o seu agora maravilhoso MDB, João age com a força da máquina pública e nem faz questão de isso dissimular, uma vez que usa de instrumentos de cooptação, à sua ótica vergonhosos.

    NEM MARANHÃO ESCAPOU… 

    De modo pra lá de ingrato, acabou nesse particular enodoando a história pública de um homem que já não pode mais se defender, pois sepulto sete palmos abaixo do nível do chão – o saudoso José Targino Maranhão, que presidia o MDB que ele agora toma de conta.

    Veneziano não citou verbalmente o nome de Maranhão, mas nem precisava. Preferiu dizer a Polion, Carlos Magno e Edil Francis que em 2021 pegou o partido em frangalhos, fruto obviamente de uma gestão mal conduzida pelo antecessor. E revelou que a legenda tinha apenas nove prefeitos e no Estado não haviam diretórios municipais, mas 70 comissões provisórias.

    Foi incisivo ao reconhecer disfarçadamente a incompetência que tem para elevar a sigla aos patamares do passado, quando o MDB era o maior partido da Paraíba. “Não é meta deixar o MDB nos patamares de antigamente”, informou ele, prevendo ter pelo menos 30 prefeitos filiados até às eleições de 2024 e sair delas com 50 ‘simpatizantes’ eleitos, de modo a robustecer a sigla nas eleições proporcionais de 2026 onde espera disputar a reeleição.

    ‘LEVEZA DE ÂNIMOS NO APOIO A BRUNO 

    Veneziano disse ter “leveza de ânimos”, quando inquirido sobre o seu apoio ao atual prefeito Bruno Cunha Lima e se isso teria se dado por conta do apoio que deu a Pedro Cunha Lima no segundo turno da eleição para governador.

    O apoio a Pedro foi algo natural, disse ele, uma vez que já fazia oposição ao governador, assim como Pedro, e portanto não poderia ser incoerente. Mas tal fato fez com que surgisse uma aproximação maior com Bruno, que o procurou após a eleição pedindo ajuda nos pleitos de Campina Grande na esfera federal. E apontou as ajudas: R$ 2,5 milhões para o projeto de novas instalações elétricas na maternidade Elpídio de Almeida; R$ 9,2 milhões para a “construção” do Hospital da Criança e do Adolescente; esforços pessoais atuando em Brasília junto ao Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal para ‘destravar” os pedidos de empréstimos da PMCG; e desburocratizando no Senado, enquanto Vice-presidente da Casa, a aprovação do empréstimo internacional de R$ 50 milhões de dólares para uma série de obras projetadas por Bruno para Campina Grande.

    ROMERO, SEGUNDO FOCO

    Foi nessa parte da entrevista que Veneziano revelou qual é o seu segundo foco de ataques a partir do poder obtido com os microfones da rádio: Romero Rodrigues Veiga!

    Começou por elogiar a iniciativa de Bruno Cunha Lima em reabrir nos próximos dias o restaurante popular do Distrito dos Mecânicos, nessa parte aludindo, com ajuda exponencial dos condutores do programa, para o fato de que ele, ao tempo de prefeito, ofertava mais de 7000 refeições por dia à comunidade mais carente do Município nos dois restaurantes populares – centro e Distrito dos Mecânicos – e nas nove cozinhas comunitárias que edificou em bairros e distritos. Não sem antes de modo implícito deixar claro que o fechamento de tais equipamentos foi uma ação maldosa do seu antecessor Romero Rodrigues.

    E voltou a falar sobre os R$ 9,2 milhões que destinou como emenda parlamentar (dele e da genitora Nilda Gondim), para o Hospital da Criança e do Adolescente, fazendo questão de lembrar que Bruno recebera a obra “inaugurada e pronta para atender à comunidade”, mas que acabou por se revelar uma fraude do seu sucessor.

    E por último, recordou ter ficado submetido a todas as sanhas dos seus opositores, em dezembro do último ano do mandato como prefeito, por conta da não coleta de lixo urbano, uma trama que entende ter sido urdida pelos que ganharam a eleição (Romero, no caso).

    E aí se traiu despudoramente ao lembrar que naquele dezembro “eu já não tinha microfones”. Ou seja, as rádios que generosamente recebiam as polpudas verbas do Município para idolatrá-lo, já haviam lhe dado as costas, dando a entender que a aquisição da 101.9 agora chega exatamente para ajudá-lo nos contrapontos e na derrocada dos inimigos.

    Por último, e voltando-se para João Azevedo, cobrou celeridade na construção do Centro de Convenções de Campina Grande, onde ele e a senadora Nilda Gondim teriam destinado emendas no importe de R$ 33 milhões, o que representaria ¼ do custo da obra. “Não sei porque não ter rapidez na obra, porque tendo dinheiro em caixa como esse que nós mandamos, é só medir e pagar”, ironizou ainda dando uma informação adicional: a de que o Governo da Paraíba dispõe de R$ 4,5 bilhões em caixa para tocar os seus projetos de gestão.

    Fonte: APALAVRAONLINE