Página inicial

Notícia > Política

  • 21.12.2021 - 13:13

    PALHAÇADA : Veneziano arma o circo para anunciar assinatura de serviço de obra já iniciada por Azevedo


    Vené patrocina espetáculo deplorável Vené patrocina espetáculo deplorável

    Marcos Marinho*

    Quando prefeito de Campina Grande coube a Veneziano Vital do Rego decretar o fim da Micarande, pondo assim a última pá de terra naquele evento magnífico criado por Cássio Cunha Lima e que passara a ser o maior Carnaval fora de época da região.

    Ontem, passados mais de 10 anos, o destino quis que o mesmo Veneziano depredador de alegrias fizesse - para seu usufruto oportunisticamente pessoal – um novo Carnaval fora de época, embora sem público para aplaudir as atrações, a não ser o festejado grupo que ele conseguiu nomear no Governo João Azevedo: a esposa Ana Cláudia, o ex-vereador Galego do Leite, o antigo coordenador de turismo da PMCG, Gilson Lira, e mais uma meia dúzia de “salários mínimos” da sua cota na folha de pessoal do Estado. A micareta do Senador foi, antes de mais nada, chinfrim. Primeiro, porque não teve Bell Marques nem Capilé puxando algum trio elétrico, e segundo porque no uso do ‘chapéu alheio’ Veneziano deitou e rolou sem botar a mão no bolso, entrando numa festa que não era sua e, na verdade, nem festa era.

    Ancorado na ajuda que, via emenda ao Orçamento da União, ele e a genitora Nilda Gondim deram para a construção do Centro de Convenções da cidade, na ordem de R$ 35,5 milhões para um projeto total orçado em quase R$ 140 milhões, Veneziano aproveitou a vinda da Superintendente da SUPLAN ao canteiro de obras e armou circo mandando a assessoria de imprensa informar aos meios de comunicação do Estado, por press-releases, áudios e vídeos da sua aparição no local, que ali estava participando da assinatura da ORDEM DE SERVIÇO da obra, não sem antes destacar o aporte dos recursos que intermediou para tanto. O senador precisa saber que ORDEM DE SERVIÇO para execução de obra pública quem assina é o gestor, no caso do Centro de Convenções de Campina Grande, Sua Excelência o governador João Azevedo. E mais: que a tal ordem já fora assinada desde quando, dias atrás, o governador anunciou o início dos trabalhos pela construtora que venceu a licitação.

    A algazarra do senador em Campina Grande não ficou fora dos olhos do Palácio da Redenção, mas João Azevedo preferiu não contemporizar com Veneziano, até por achar a ação miúda e vergonhosa, embora alguns jornalistas mais isentos da Capital tenham registrado o fato com óbvia estranheza. A PALAVRA procurou saber o que o Governo achou do circo, mas o secretário de Comunicação, Nonato Bandeira, refletindo a posição não beligerante e pacífica do governador, foi politicamente correto: “Na verdade, essa obra já iniciou. João já tinha anunciado. O bom foi ele divulgar mais uma obra importante que o governador está fazendo em Campina Grande”. No material enviado para a mídia, com o qual desejou colher todos os louros possíveis e passar à História como verdadeiro “pai da criança” Veneziano foi injusto e infeliz pois reservou a João Azevedo apenas o insignificante papel de PARCEIRO de algo que ele imagina ser apenas da sua gestação.

    Vejamos, entre as aspas, o que senador diz: - “Uma grande obra para Campina Grande e toda a região. Estou aqui, com a emoção de quem, modestamente, participou desse processo. Nós QUEREMOS REGISTRAR A PARCERIA do governador João Azevêdo, aqui representado pela competentíssima superintendente da Suplan, Simone Guimarães, e em seu nome ficam os nossos cumprimentos à equipe de engenharia que acompanhará, nos próximos meses, esse que será o emblema de um equipamento que transformará, não tenho dúvidas, o setor turístico, cultural, econômico e outros que estarão envolvidos com o Centro de Convenções”. Na verdade, é forçoso registrar que a solenidade, sem a presença de João Azevedo, deslustrou tão somente a envernizada cara do Senador e se constitui no mais deplorável espetáculo dos últimos anos na seara política estadual - a de um pretendente à cadeira do governador por este se passar, posando com Primeira Dama e tudo mais. Sorte de Veneziano que o gentleman João Azevedo não é nenhum João Agripino ou Ricardo Coutinho, que teriam lhe desautorizado pública e imediatamente. Vergonhoso, simplesmente!

    *A Palavra