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04.03.2024 - 10:54
Esperando na Janela - Por Marcelo Queiroga*
“O tempo todo eu fico feito tonto
Sempre procurando, mas ela não vem
E esse aperto no fundo do peito
Desses que o sujeito não pode aguentar”
Foram nove meses de espera pela vacina contra dengue após a aprovação pela ANVISA, tempo sufiente de uma gestação a termo. Se não enfrentássemos uma epidemia de dengue no país a tramitação estaria dentro do prazo presvisto, mas diante da explosão de casos, cada dia de atraso, é medido em perda de oportunidade para vacinar a população.
Onde os gestores federais da Saúde erraram?
1) Subestimaram o número de casos que teríamos em 2023 e 2024;
2) Retardaram a avaliação da vacina pela Conitec, ao aguardar que a indústria farmacêutica fazer a demanda;
3) Não priorizaram a vacinação no SUS, uma vez que clínicas privadas já disponibilizavam essas vacinas desde de julho de 2023;
4) Deixaram de negociar com a Takeda parceria de desenvolvimento produtivo para produzir, em grande escala, a vacina Qdenga no país.
A estratégia do Ministério da Saúde, que se mostrou inadequada, era aguardar pelas vacinas produzidas pela indústria nacional, faltou combinar com o mosquito. Apesar das pesquisas com vacinas contra dengue produzidas no Instituto Butantan estarem avançadas, somente seriam disponíveis em 2025.
Uma conjunção de fatores como condições ambientais e tipo de vírus circulante fez com que os casos explodissem no país. Quem caiu na armadilha do mosquito foi o governo federal.
*Ex-ministro da Saúde no Governo Jair Bolsonaro e pré-candidato a prefeito de João Pessoa pelo PL