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  • 25.04.2022 - 18:15

    Em Ribeirão Preto, Bolsonaro defendeu Silveira, falou sobre fertilizantes, porte de armas e criticou o STF


    O presidente Jair Bolsonaro chegou à Agrishow por volta das 9 horas desta segunda-feira, 25. Ao lado de apoiadores, ele entrou no evento a cavalo, após participar de uma motociata pelas ruas de Ribeirão Preto.

     Com alguns políticos, como o prefeito Duarte Nogueira (PSDB), o ministro da Agricultura Marcos Montes e o ex-ministro da Infraestrutura e pré-candidato a governador em São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente seguiu para um estande, onde ficou a portas fechadas por cerca de meia hora. Ao redor do local, o público o aguardava pelos "cercadinhos". Quando saiu, acenou para os apoiadores.

    Sem conversar com o público, Bolsonaro seguiu para a cerimônia de abertura da Agrishow, que começou às 10 horas, na Arena do Conhecimento. Durante o discurso do prefeito Duarte Nogueira, apoiadores do presidente gritaram: “Bolsonaro, cadê você, eu vim aqui só para te ver!”.

    Em sua fala, o prefeito disse que, após os dois anos de afastamento por conta da pandemia do coronavírus, a palavra que define a volta do evento é saudade. “Estava com saudade de todos vocês, a cidade de Ribeirão Preto estava saudosa de vocês e os ribeirão-pretanos também”, afirmou.

    Nogueira também comemorou a vacinação que, segundo ele, permitiu o retorno do evento. “Com a vacina e o que conseguimos fazer de melhor com a nossa ciência, a Agrishow está de volta”, comemorou. Ele ainda citou que a tecnologia agrícola não parou nesses dois anos sem a feira e que o agronegócio conseguiu evoluir mesmo em tempos de pandemia. “Conseguimos produzir energia limpa, a grande lição que a Agrishow traz para todos nós”, finalizou.

    Em seguida, foi a vez do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, discursar. Ele disse que o banco estatal abriu crédito para 500 mil micro e pequenas empresas e mudou seu trabalho durante o governo Bolsonaro. “Antes, a Caixa investia em camarote de Carnaval para empresas que não quitavam a dívida. Há um ano, passamos a focar no agronegócio. A Caixa nunca havia participado do Plano Safra. Presidente, nós ainda seremos o maior banco do agronegócio no Brasil ou eu devolvo o meu crachá”, destacou.

    Bolsonaro fez o último discurso da abertura da Agrishow. Ao ser convidado a falar, ele foi ovacionado pelos apoiadores. Logo no início, ele afirmou que somente Deus poderá tirá-lo da Presidência e ainda defendeu o indulto a deputado Daniel Silveira.

    “Eu jamais esperava ser presidente da República. Já que aconteceu, entendo que é uma missão de Deus e só Deus me tira daquela cadeira. Não somos corajosos, somos apenas coerentes. Só discurso não resolve, principalmente em época de eleições. O decreto da graça e do indulto é constitucional e será cumprido. No passado, soltavam bandidos e ninguém falava nada. Agora, solto inocentes”, falou, ao defender Silveira.

    O presidente ainda discursou sobre a importância dos fertilizantes, sustentou a exploração de terras indígenas e comentou sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Queremos permitir que áreas indígenas no Brasil possam ser exploradas no subsolo e o indígena exercer uma atividade, assim como os fazendeiros. Já o MST tem pessoas que não são compatíveis com o Código Penal, como o [João Pedro] Stédile, mas titularizamos terras pelo Brasil e o reconhecimento dessas pessoas não tem preço”, explicou.

    Ele ainda explicou sua viagem à Rússia pouco antes do início da guerra com a Ucrânia e defendeu a política externa de seu governo. “Fui muito criticado por ir à Rússia. Conversei com Putin por quase quatro horas, o assunto fertilizante fez parte da nossa pauta e agora tivemos a informação de que quase 30 navios com fertilizantes estão vindo ao Brasil.  Nossa política externa é reconhecida mundo afora, o mundo árabe por exemplo quer diversificar seu comércio conosco e ainda vamos dobrar nossa produção de trigo”, garantiu. O presidente ainda elogiou que, na Rússia, as autoridades falam com a imprensa, mas não se deixa a imprensa perguntar.

    Além disso, Bolsonaro criticou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo novo marco temporal de demarcação de terras indígenas. “Se conseguirem vitória, me restam duas coisas: entregar as chaves para o Supremo ou falar que eu não vou cumprir”, argumentou. O presidente disse que os poderosos do país precisam olhar para o Brasil, não para o poder, mas quem quiser disputar a presidência, a disputa está aberta. “Quem sabe é a pessoa da terceira via e vai pregar paz e amor pelo mundo, pô”, afirmou.

    Foto: Luan Porto/Revide