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As fantásticas previsões e o suposto plágio de H.G.Wells
25/08/2014
Um dos mais notáveis nomes da literatura, no gênero da ficção científica, H.G.Wells produziu dezenas de romances futuristas, com fascinantes e inequívocas previsões e nem mesmo uma rumorosa suspeição de plágio denegriu sua reputação de grande e imaginoso escritor.
Conhecido universalmente, desde meados do século XX, como “o homem que inventou o amanhã”, por mostrar nos mirabolantes enredos, com repercussão por todo o mundo, uma inusitada antevisão de vindouros acontecimentos políticos, científicos e belicosos, não conquistou o inglês Herbert George Wells o merecido lugar na história da literatura sem permear uma trajetória pontilhada de surpreendentes dissabores.
Somente depois da intensa divulgação internacional de seus temas singulares definiu a arte literária didaticamente os traços do empolgante gênero ficcional, verdadeiramente inaugurado com “A máquina do tempo”, em 1895, em cujas páginas antecipa Wells os mais arrojados e inimagináveis avanços, experimentados pela civilização hodierna décadas depois, inspirando ficcionistas do naipe de George Orwell, Aldous Huxley e Osvald Spengler.
Dentre as inúmeras profecias esse Nostradamus da modernidade vislumbra o advento da guerra nuclear (foi ele quem primeiro usou o termo “bomba atômica”), da manipulação genética, do aparelho do ar-condicionado, da televisão, dos gravadores, dos aviões em combates aéreos, além de vaticinar, com absoluta precisão, o início e o fim da segunda guerra mundial.
Dos impressionantes prognósticos ainda não se realizou, por óbvia intempestividade, a assombrosa extinção da espécie humana num período de mil anos, numa hecatombe mundial, e seu retorno ao estágio primitivo das cavernas.
Contudo em 1925 viu-se Wells emaranhado num escandaloso processo de plágio, movido pela escritora canadense Florence Deeks sob a acusação de haver furtado os manuscritos de um de seus livros e com esse material praticamente copiado, com poucos retoques, toda a célebre “História Universal”. Teria a improbidade ocorrido por desídia de uma editora onde se achavam abandonados os ditos originais, a mesma pela qual publicara o escritor a sua obra, tal a semelhança entre ambas, nos diversos aspectos do contexto narrativo.
Traduzido em diversas línguas e já glorioso ícone da moderna romanceria, embora tendo suportado a lassidão judicial de anos a fio,
nenhum dos juízes da Suprema Corte americana se convencera da alegada desfaçatez mantendo-lhe a autoria do famoso compêndio e o renome endeusado por milhões e milhões de leitores.
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