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  • Mona Lisa o amor platônico de da Vinci

    27/07/2014

     Ainda permanece em intrigante mistério, apesar de muitas conjecturas ao longo de cinco séculos, toda a história do quadro mais famoso da arte pictórica, principalmente pela enigmática expressão facial e o riso triste do rosto feminino modelado.

    Estaria seu portentoso autor enamorado da graciosa Gioconda ao resolver colocá-la sob a mira do pincel enfeitiçado? Era ela uma mulher trivial ou, pelo contrário, complicada, sutil e profunda como aparenta na tela?

    Inúmeras são as indagações acerca do mais célebre e incompreendido sorriso da história humana e sobre o próprio Da Vinci, seu criador e, nomeadamente, o maior e mais admirável gênio de todos os tempos em relação à clássica obra-prima – uma apenas dentre as múltiplas vertentes de sua fecunda criação.

    Das biografias sobre o prodigioso italiano resulta uma infinidade de contradições e mesmo diante de uma vida envolta por mistérios insondáveis, afirmam alguns biógrafos que nos cinco anos dedicados à pintura polêmica nutrira o artista, sem jamais o revelar, ardente e platônico amor por Mona Lisa, algo limitado aos seus loucos e inquietantes devaneios.

    Tanto tempo, de fato, expendido numa obra por um pintor de tal magnitude faz realmente pensar numa empatia romântica entre ambos, mas a suspicácia, contudo, se mostra inverossímil porque, além de desinteressado em relações afetivas com o sexo oposto, jamais tivera Da Vinci oportunidade de vê-la a sós, nas dependências de sua oficina, a todo tempo freqüentada por amigos, discípulos e até músicos incumbidos de aliviar a fatigante postura voluntária da modelo.

    Percebendo que se aproximava o término do caprichoso empreendimento não conseguira Mona Lisa evitar o reflexo da infinita tristeza, esboçada no sorriso tímido e incompatível com as pretensões artísticas do mestre, oferecendo-lhe, segundo respeitáveis memorialistas, uma imagem dissimulada e um tanto desiludida pela paixão insatisfeita e o amor não correspondido, fixada assim num momento ímpar da arte para toda a posteridade.

    Decidira, portanto, esquecer a angustiante frustração, com uma viagem definitiva à Calábria, de onde jamais voltaria indo ao estúdio a que tanto comparecera se despedir, sob o olhar saudoso de Leonardo, lançado ao seu vulto entre as sombras do entardecer.

    Era o último encontro de um amor impossível de acontecer senão em sonhos e mesmo assim jamais confessado, levando a Gioconda consigo

    sozinha, no mais secreto recôndito da alma, a pungente causa do interessante e eterno enigma.


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