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  • O fascínio do poder

    05/07/2014

     Desde o passado mais remoto o poder exerce tão arraigado fascínio sobre a natureza do homem que se desconhece, em personagens como Hitler, Stalin e Mao Tsé Tung os limites da sanha pelo seu alcance e domínio a qualquer custo, inclusive com a tortura e o sacrifício inocente de milhões de seres humanos.

    Por sua conquista e preservação, nos mais diferentes regimes políticos, de todo o mundo, tal como ressuma das páginas ensanguentadas da historia, não se quedaram receosos, nem um pouco, líderes, estadistas e guerreiros gloriosos ante a possível perda da própria vida, por assassinatos brutais ou pelo infando gesto do suicídio.

    Obcecados pela cadeira da autoridade suprema, nos seus países, tamanha desdita sucedeu a governantes da histórica reputação de Luís XVI, Nicolau II, Abraham Lincoln, Getúlio Vargas, Anuar Sadat, Yitzhak Rabin, Salvador Allende, Indira Gandhi e John Fitzgerald Kennedy entre outros.

    Tão grade é o desvario ao encalço do posto todo poderoso que até na família, a desmedida ambição além de garantir a sucessão ao trono nas monarquias, o comando ditatorial nas ditaduras e na democracia a presidência do país a membros de oligarquias, também traz a cizânia, a ponto de filho desconhecer pai e irmão conspirar contra irmão, conforme o episódio da insurreição português pelo qual o nosso D. Pedro I, de regresso ao reino lusitano, destronara D. Miguel, numa luta fratricida por seus direitos sucessórios de primogenitura.

    À luz de um cotejo historiográfico os faraós, os imperadores romanos e os czares, na plenitude da tirânica soberania, em nada eram diferentes de dirigentes golpistas da marca de Tito, Benito Mussolini, Saddan Hussein e Hugo Chavez, todos, em maior ou menor grau, senhores da vida e da morte, picados pela mosca do mais nefasto e odioso autoritarismo.

    Na França, enfermo, François Mitterrand mandou sozinho quase uma década, enquanto a Rainha Elizabeth II, octogenária, nem de longe fala em sucessão. Fidel Castro só entregou as rédeas de sua esquipática ditadura socialista ao irmão Raul devido a incapacitante enfermidade, mas continua a expedir suas ordens. Nem o nosso Pedro II, cuja confessada vocação pessoal se limitava a uma cátedra de professor, abdicara do longo reinado de meio século, embora delegando a ministros o verdadeiro controle do império.

    Inobstante, incentivado pelo apóstolo Pedro a liderar uma revolução contra o império romano, na província da Judéia, onde pregava às multidões, Jesus não manifestou o mínimo interesse pelo poderio terreno –

    afinal tão fugaz quanto a própria existência, ensinando, diferentemente, que o seu reino não era deste mundo!


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