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  • As mulheres e a desculpa de Bernard Shaw

    17/12/2013

     As mulheres não são em nada inferiores ao homem. São apenas diferentes. O passado retrógrado não lhes oferecia, em muitas civilizações, chance de exibir as qualidades necessárias às posições relevantes na sociedade, onde viviam como criaturas submissas e discriminadas, até no seio familiar.

    Hoje, depois de longo percurso pela conquista de direitos políticos e sociais, lograram a igualdade a que se reportam as leis constitucionais de quase todo o mundo. Dessa feita, invadiram – e com que vantagem – todos os campos profissionais, inclusive os arriscados e periculosos, outrora, tipicamente, reservados à presença masculina.

    São advogadas, juízas, médicas, engenheiras, professoras, jornalistas, de reconhecido e brilhante desempenho nas carreiras abraçadas, ao estimulo da equidade assegurada pelos tempos hodiernos.

    São elas, na verdade, mais honestas, responsáveis e operosas do que nós e possuem, diferentemente, infinita capacidade de amar fiel e sinceramente. Resignam-se com situações difíceis, embelezam o ambiente de convivência doméstica e profissional, lidam melhor com o público e, se necessário ou por opção, cultivam inflexível espírito de sacrifício e de renúncia.

    Tais atributos, entretanto, não concorreram historicamente, decerto, pelos motivos lembrados, ao aparecimento de celebridades femininas, afora Jane Austen, Gabriela Mistral e Emily Bronte, pelo menos na literatura clássica. Dizem que alguns romances de Machado foram concluídos por sua amada Carolina. E, nas ciências, fala-se da inteligência ímpar da matemática Mileva Maric, primeira mulher do grande Einstein.

    Heroínas também são raras, como Joana D’Arc imolada viva numa fogueira, e a brasileira Maria Quitéria, destemida guerreira de nossa independência. Estadistas fulgurantes, no entanto, bem que encontramos: Cleópatra, Vitória da Inglaterra, Catarina da Rússia, Golda Meir e Indira Gandhi, Margareth Thatcher, Corazón Aquino, Eva e Isabelita Perón e, na atualidade, Angela Merkel e Cristina Kirchner e a nossa voluntariosa presidente Dilma.

    A bela dançarina Isadora Duncan foi a primeira insurgente contra o preconceito da exclusiva iniciativa masculina para início da relação amorosa, no começo do século XX. Fascinada com a genialidade de George Bernard Shaw convidara o admirável pensador a um encontro íntimo, imaginando que da cópula poderia resultar o nascimento de um verdadeiro super-homem, isto é, uma criança com a inteligência do ilustre irlandês e com a sua sedutora beleza física.

    A transa, afinal, não acontecera ante a recusa do celebre cantado, receoso do contrário e sob a irônica desculpa, segundo a qual o bebê poderia nascer com a sua “beleza” de barbarrão e a “inteligência” da fogosa beldade!


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