Página inicial


  • O diálogo de Jesus e Pilatos

    17/11/2013

     Nenhum outro episódio da história humana encena diálogo mais importante e categórico sobre a espiritualidade e a suposta vida além da morte do que o protagonizado por Jesus e Pilatos, no julgamento sumário do errante pregador e taumaturgo da Galiléia.

    Interpelado acerca de sua origem e identidade pelo frio e dissimulado governador romano, respondeu-lhe serenamente o acusado, aos apupos da turba clamante por condenação, que se fizera criatura em testemunho da verdade, corroborando, assim, toda a prédica de seu ministério, segundo o qual não era deste mundo o seu reino.
    - Eu sou a verdade! Teria asseverado, absoluta e conclusivamente, silenciando à indagação seguinte, tocante ao significado da tal verdade.


    A conversa, no entanto, revela um confronto inusitado, hipoteticamente, entre as maiores forças existentes – o poder temporal encarnado no interpelante, de um lado, e de outro, o próprio Deus, personificado em Jesus.


    Apesar de não o eximir da crucificação a ousada afirmativa permeou os séculos, irradiando-se por todos os rincões da terra. Irrompeu da Palestina por toda a Ásia Menor, subindo daí, pelo Cáucaso, para contaminar a Macedônia, Roma e Espanha até superar o paganismo mitológico Greco-romano. Converteu-se em religião de Estado, nos tempos do Imperador Constantino e, com a propagação da Bíblia, impressa por Gutemberg e levada pelos navegantes, alcançou as terras do Novo Mundo tornando-se um credo com milhões de fies.


    A narrativa dos evangelhos e um simples cotejo entre os mais venerados líderes morais e religiosos mostram, inequivocamente, que o fundador do cristianismo tem uma incomparável singularidade jamais observada em qualquer outro. Foi o único a se proclamar filho de Deus, operar milagres desconcertantes, garantir a remissão de pecados pelo sacrifício da própria vida e, extraordinariamente, ressuscitar três dias após a morte, a olhos estupefatos de contemporâneos, deixando o sepulcro vazio, diferentemente dos demais cujos túmulos ainda hoje guardam os respectivos restos mortais.


    Além disso, já agora, a própria ciência de Newton e Einstein aceita uma revisão conceitual de assertivas bíblicas diante da comprovação de eventos do velho testamento, pela descoberta de documentos, inscrições arqueológicas e vestígios naturais preservados, como os pergaminhos do Mar Morto, os poços desérticos de água potável de Abraão, os destroços da Arca de Noé e as marcas da fuga hebraica sobre o leito do Mar Vermelho. Não enseja controvérsia, ademais, a presença terrena do próprio Cristo, fora do contexto religioso, desde o registro de Flávio Josefo, o grande historiador da antiguidade.


    Evidências que, tirante o polêmico sentimento da fé, induzem à crença num ente eterno, onipotente e voluntarioso, criador de todas as coisas, exatamente segundo o modelo da cultuada verdade cristológica


    Voltar