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  • Final feliz

    23/12/2013

     No início do corrente mês, no Centro de Estudos Jurídicos e Sociais (CEJUS), João Pessoa - PB,  participei do Coquetel de lançamento do livro “Meus Caminhos Pela Vida” do escritor e amigo Antonio Cavalcante Filho. Era mais uma de suas obras.

    O livro, como o próprio autor aduz,  é o relato  de um filho de família humilde, nascido na cidade de Boa Vista, raiz mais profunda do cariri paraibano. Conta também toda a sua trajetória desde o início de seu estudos e os trabalhos árduos que fazia já aos 10 anos de idade  no sentido de complementar a receita   e ajudar nas despesas da família que era pobre demais.

    Pensando no dia de amanhã, partiu sozinho para cidade de João Pessoa à procura de grandes desafios. Formou-se, conseguiu bons empregos e já estabilizado financeiramente trouxe seus pais para morar aqui na Capital. Desejava que eles  usufruíssem  uma  vida melhor do que a de antes naquele saudoso cariri. Possuidor de um Currículo invejável, escritor, economista, professor universitário entre outras conquistas e vitórias, todas elas  recebidas por mérito durante  sua vida,  hoje,  aos 70 anos, volta a procurar novos conhecimentos,  na turma do curso  de informática (SOS) aqui em João Pessoa, onde também estou me aprimorando.

    Ao me encontrar com Antonio  disse-lhe que ao ler sua obra pausadamente, fiquei perplexo, pois cada página  representava a  trajetória da minha  vida,  passo a passo desde 1941,  ano  em que nasci na cidade de  Cajazeiras, até  1950 data que meus pais, já cansados das agruras da seca e da fome que assolavam o sertão paraibano, vieram morar na Capital, trazendo na bagagem, além de sete filhos, duas máquinas de costura Singer.Estas eram as armas que seriam usadas na profissão de Alfaiate de meu pai. Abriu, no bairro de Cruz das Armas, uma Alfaiataria apoiado na cumplicidade de uma esposa devotada, que complementava as despesas domésticas costurando para as senhoras do bairro. Esta mulher, minha mãe, uma verdadeira heroína, conseguiu realizar o sonho de educar seus filhos dentro dos preceitos religiosos. Hoje, estão quase todos formados e independentes, criando uma segunda geração baseada na educação que receberam dos pais, fundamentados no tripé: integridade moral, honestidade e amor ao próximo. Estou convicto de que eles estão felizes ao lado do criador, na certeza do dever cumprido aqui na terra.

    No caso específico do Estado da Paraíba, é recorrente nos tempos de seca braba haver uma revoada de nordestinos se deslocando para os grandes centros do país a procura de uma vida melhor. Todos buscam empregos com o objetivo maior de sustentar a família e esquecer os maus momentos que aqui passaram durante a estiagem. Apesar da saudade do torrão natal, não querem mais voltar a enfrentar as asperezas da seca. Algumas famílias, sem condições de educar seus filhos, os mandavam para conventos e seminários. Outros se apoiavam na famosa Casa do Estudante, por onde passarem personalidades ilustres que hoje atuam no campo jurídico, político, comercial, industrial e tantos outros.

    Caro Antonio, ainda bem que nossas estórias aqui contadas tiveram um FINAL FELIZ.

     

    JOSÉ NEURION GOMES

    Email: joseneurion@hotmail.com


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