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  • A luta dos médicos

    10/12/2013

    Como leitor assíduo do Jornal de Medicina que minha esposa recebe mensalmente por ser médica,  acompanho   a luta incessante da classe, através de seus Conselhos Regionais de Medicina (CRM), reivindicando seus direitos.

    Os artigos publicados, ao que me parece, servem como alerta para que os nossos congressistas ponham em pauta e resolvam de imediato os problemas deste segmento que há décadas vem amargando baixos salários, bem como melhoria nas condições de trabalho. São inúmeras as propostas encaminhadas por entes públicos e privados para aquelas duas legislativas. Mas no momento todas estão engavetadas nos gabinetes de nossos congressistas esperando soluções de continuidade. Uma delas legaliza a profissão do médico. É um absurdo que uma matéria de suma importância não tenha sido aprovada. Só no meu país fato raro como este acontece! Outra proposta, que é o sonho da classe médica, é aquela que está contida na Emenda Constitucional (PEC) Nº 454/09 que cria a carreira de médico nos serviços públicos federal, estadual e municipal, e estabelece características semelhantes às de juizes e promotores. O tema está em análise esperando, como sempre, parecer da comissão especial da Câmara Federal.

    A LUTA CONTINUA

    Os Conselhos Regionais de Medicina tem agora uma nova queda de braço com o governo. Trata-se de chamar a atenção do governo no sentido de reaver o seu posicionamento em relação à entrada de médicos com diploma obtido do exterior. A carência de profissionais no  país não justifica o risco que o governo  expõe a sociedade com a contratação destes profissionais, cuja formação acadêmica é,  no mínimo, duvidosa.  A responsabilidade pelas mazelas da saúde não pode ser transferida aos médicos, mas sim ao governo, pela falta de financiamento e recursos no setor. Um outro fator preponderante é a ausência de uma política, por parte do  estado, na assistência a saúde capaz de distribuir profissionais na área.  Observamos também a carência de gestores cuidadosos, comprometidos com o país, para gerir  recursos disponíveis com seriedade e dignidade.

    Há de se perguntar: Porque  os médicos se recusam a trabalhar nas cidades mais  afastadas  dos grandes centros?  Sabemos que nestes locais não há a mínima condição de se exercitar a profissão. Os recursos são mínimos e trata-se de uma vida humana que está em jogo.

    A BATALHA

    Até agora o governo tem passado por cima de todos os protestos da classe médica.  Vejamos, pois: 1- Com o apoio  dos congressistas,  detentor que é de uma   maioria esmagadora, o governo obtém a aprovação de   todos os  projetos de leis. Os médicos, dos mais diferentes países,  já estão trabalhando em várias cidades brasileiras, especialmente aqui no nordeste.  2- Como é de praxe, o profissional formado em outro país teria que passar por um Exame de Revalidação de Diploma para poder atuar no Brasil. Caberia aos Conselhos Regionais de Medicina a atribuição de aprovar ou não a capacidade profissional dos candidatos. Na prática o que está acontecendo é bem diferente. O Ministério da Saúde, amparado nas modificações da Medida Provisória nº 621, conhecida MP dos médicos, passou a dar o aval para que os recém chegados coloquem seus jalecos. Como se observa, é uma luta desigual  e desproporcional que a classe  médica está travando com a senhora Dilma Rousseff, só comparada com a luta entre Davi e o gigante Golias. Será que os oprimidos conseguirão derrotar o gigante?  Mesmo assim a classe está unida e forte, pois o momento  agora é de não recuar e sim persistir.  Vamos  em frente por  que   A LUTA CONTINUA.

    JOSÉ NEURION GOMES

    Email: joseneurion@hotmail.com


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