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  • Mais médicos. Por quê?

    21/09/2013

     Faltando pouco mais de um ano para as eleições, os partidos políticos, (olhe que são dezenas), já estão se preparando e trabalhando em pleno vapor à caça do voto de seus eleitores. Quem deu o passo inicial desse jogo político foi a presidenta Dilma, representante do Partido dos Trabalhadores (PT), que tenta sua reeleição. Entretanto, tropeça de pronto num dos itens da famigerada reforma política, que visa debelar por vez a reeleição nos três níveis de governo: federal, estadual e municipal. Herança maldita que recebemos do ex-Presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Voltando às eleições que se avizinha a atitude da Presidenta Dilma de tentar resolver o problema da Saúde Pública brasileira, em minha opinião desencadeou por dois motivos:

    1 - as manifestações e protestos violentos realizados no mês de junho. O povo foi às praças e as ruas exigindo medidas urgentes em todas as áreas, principalmente na saúde, onde os doentes agonizam há muito tempo em UTI´s nos miseráveis Hospitais do SUS. Como se sabe a Saúde Pública deste país é o calcanhar de Aquiles do governo.

    2 - outra causa pode ser talvez, uma jogada eleitoreira, que segundo alguns cientistas políticos de plantão, o governo, que estava em queda vertiginosa nas pesquisas de popularidade, subiu muitos pontos percentuais de aprovação.

    O certo é que Dilma Rousseff assinou uma Medida Provisória e três Editais objetivando dar um basta a essa dramática situação, em que está envolvida a Saúde Pública Brasileira. Trata-se do Programa MAIS HOSPITAIS e MAIS MÉDICOS que inclui também bolsas de estudo para recém-formados e mudanças na prioridade para cursos de especialização, com foco nas necessidades da população menos assistida, ou seja, nas regiões mais isoladas do País e nas periferias das grandes cidades que clama por uma solução. Prevê também investimentos em infraestrutura de hospitais e em unidades de saúde, além de levar mais médicos a essas regiões aqui citadas.

     

    OBJETIVO DO PROGRAMA:

    A finalidade primordial do programa do governo federal é trazer médicos estrangeiros, a fim de preencher 9.500 vagas abertas nas regiões mais pobres do País. O Brasil deverá importar profissionais vindos da Espanha, Portugal e de Cuba. Começaram a chegar desde sábado, dia 24 do mês próximo passado, os primeiros cubanos que vão fazer parte do programa. A previsão era pra que eles começassem a trabalhar a partir deste mês, mas os Conselhos Regionais de Medicina afirmam que não vão conceder os registros necessários para o exercício da função para esses profissionais. Começou a queda de braço entre o Governo e a Justiça. É corrente que esta medida de importar médicos, impostas pelo governo, já é aplicada em vários países como: Inglaterra, Canadá e Austrália onde parte de seus profissionais da área de saúde são formados no exterior. Nestes países não há escassez de médicos. No caso do Brasil, onde a sua extensão territorial é imensa com uma população beirando 220 milhões de habitantes, o Brasil detém hoje metade dos médicos que precisa. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o principal problema de 58% dos brasileiros que precisa de atendimento nas redes públicas é a falta de médicos. Num país com cerca de 400.000 formados, dos quais pouco mais de 300.000 exercem a profissão, nada menos que 700 municípios, ou seja, 15% do total não possuem um único profissional de saúde. Nesse caso, não há mais sentido protestar com a importação de médico no Brasil. As manifestações realizadas pelo Conselho Federal de Medicina traziam no seu bojo, a alegação de que o programa do governo é eleitoreiro e irresponsável e que pretende tomar as medidas jurídicas cabíveis. Eleitoreiro ou não a realidade é que a população carente está morrendo a míngua, e os brasileiros que juraram defender a vida humana não querem trabalhar onde realmente se precisa deles. Por outro lado, o ministro da Saúde Alexandre Padilha voltou a dizer que o programa do governo está dentro da lei. No meu entender, enquanto a Medida Provisória Nº 621 não for votada pelas duas casas legislativas do Congresso Nacional os conselhos regionais de medicina terão que cumprir de pronto as normas ali estabelecidas.

     

    PROBLEMA DE GESTÃO

    O Brasil é um dos países com a maior carga tributária do mundo. A alegação de falta de recursos para a saúde não nos convence. Porque será que os médicos brasileiros se recusam a trabalhar nas cidades mais afastadas dos grandes centros? Sabemos que nestes municípios distantes é mínima a condição de trabalho. Falta desde aparelhos de exames necessários para o diagnóstico preciso, a outros de valores insignificantes, como gaze, esparadrapo, algodão, etc. Precisamos de homens sérios, comprometidos com povo brasileiro e que venham gerir os recursos disponíveis com seriedade e dignidade. Não sei onde vamos encontrar estes políticos, uma espécie praticamente em extinção. Cabem a nós, eleitores, escolher criteriosamente quem vamos eleger nas próximas eleições. É com voto consciente que poderemos reverter este quadro.

    JOSE NEURION GOMES

    Email: JOSE NEURION @HOTMAIL.COM

     


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