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  • Um país sem calmaria

    30/09/2016

    Enganei-me ao pensar, que após quase um ano de duração dos processos e dos recursos transitados no Supremo Tribunal Federal (STF) e nas duas casas do poder legislativo, que culminou com o impeachment da ex-presidente Dilma e a cassação do ex-deputado federal Eduardo Cunha, nosso país voltasse à normalidade democrática.  Puro engano. As águas claras e calmas do Lago Paranoá em Brasília (DF), nesta semana entraram em ebulição como se fosse um mar revolto, com ondas gigantescas, tendo por missão lavar a sujeira dos corredores do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional. Porém, quanto mais os homens sérios, de caráter tentam sanear o lamaçal existente, novos indícios de escândalos ainda maiores vão aparecendo.

    A semana começou quente. Na segunda feira o Juiz Sergio Moro, que comanda a operação Lava Jato, tornou réus o ex-presidente Lula, sua mulher Dona Marisa Leticia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro e outros membros que formavam o quartel general da corrupção, segundo palavras do procurador Deltan Dallagnol que coordena o grupo de procuradores em Curitiba daquela operação.  E foi mais enfático ao explicitar que o ex-presidente Lula foi o “comandante máximo, o general e maestro de uma orquestra baseada na propinocracia concatenada para saquear os cofres da Petrobras e outros órgãos públicos”. Na sequência foi feita a prisão do ex-ministro Guido Mantega, que atuou como ministro nos governos Lula e Dilma, decretada pelo próprio juiz. Sabemos, pelas delações, que o ex-ministro é acusado de influir junto a empresários para que o dinheiro de propinas pagas na Petrobras fosse desviado ao PT e a marqueteiros da campanha de 2012. Logo após, em virtude de uma pressão da opinião pública, a prisão do ex-ministro foi relaxada pelo fato de Guido Mantega está no hospital acompanhando sua esposa que iria passar por uma cirurgia de alta complexidade. O juiz volta atrás e manda soltar o preso. Outra vez a opinião pública se manifesta e sentencia: “Se fosse um pobre o juiz não teria mandado soltar, mas como foi um rico...” Como ordem judicial não se discute, se cumpre, o homem está solto. Estamos num país em que nossas leis, não estão sendo aplicadas de forma equânime para todos. Não quero aqui entrar no mérito desta questão.

    MANIFESTOS NAS RUAS

    Até quando vamos ter a tranquilidade que tanto esperávamos. Novos fatos aparecem diuturnamente em nossos jornais e redes televisivas, com prisões frequentes, de empresários dirigentes de estatais e políticos. Está voltando os protestos de rua com o “slogan” fora Temer, eleições já. Estas manifestações estão tomando espaço em quase todo território nacional. Acuado após se tornar réu pela segunda vez, o ex-presidente Lula, faz insinuações, com o objetivo de deslegitimar as instituições e o estado democrático de direito para escapar da prisão iminente, mesmo que leve o País ao caos. Ele e seus aliados petistas estão debochando da justiça, numa escalada de desrespeito a instituições sem precedentes na historia recente do País. Recentemente zombou dos investigadores da Operação Lava Jato e o Petrolão. São recentes as palavras do Lula: “Duvido que o Sergio Moro seja mais honesto do que eu. Fico ofendido por ter a vida futucada por uns meninos do Ministério Publico Federal”. Fonte: Revista Isto É, desta semana.

       

    PONTO DE VISTA

    Entendo que a única calmaria que deu certo em nosso país, foi aquela em que trouxe o  fidalgo português Pedro Alvares Cabral no comandando uma esquadra de 13 caravelas aportando em nossas águas e  descobrindo o Brasil em 22 de abril de 1500. De lá pra nosso país vive só de incertezas, surpresas e de muitas decepções.

    Jose Neurion Gomes

    Contatos: joseneuriongomes@outlook.com


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