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  • Reminiscência do Velho Liceu

    23/06/2016

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    Fundado ainda na época império, o Liceu Paraibano foi alvo de grandes transformações, tanto na área educacional como também na sua localização,  percorreu vários prédios antigos da cidade até ser construído o atual, e denominação, já foi cognominado de Colégio Estadual da Paraíba, Colégio Estadual de João Pessoa e finalmente “Liceu Paraibano” nome colocado no seu frontispício.

    Das grandes obras estruturantes realizadas aqui no Estado pelo ex-governador Argemiro Figueiredo, uma que merece destaque foi o Liceu Paraibano. Inaugurado pelo então Interventor no dia 19 de abril de 1936, de arquitetura funcional moderna, com a capacidade para receber 3000 mil alunos. Com esta obra, foi dado um grande passo ao sistema educacional em nosso estado. Naquela época os pais mandavam seus filhos estudar em outras capitais, dado a carência de vagas no ensino público. Depois começaram a aparecer às escolas particulares, porém o Liceu oferecia um ensino de excelente qualidade, superior mesmo as escolas pagas. Hoje os expoentes do cenário paraibano passaram pelos seus bancos.

     

    LEMBRANÇAS

    Recordar o Liceu é narrar fatos vivenciados por mim  durantes três anos de estudos, quando lá concluí o científico em meio a muitas dificuldades.  Quando estudante no educandário fui aluno do mestre de Biologia Professor Videres, como era chamado, e o mesmo me deixou em 2ª época precisando 9.0 pontos para a final. Fui para casa sem graça e me reclusei no meu quarto estudando com afinco a matéria. Dediquei-me incansavelmente e no dia da prova tinha decorando da primeira a última página da apostilha. A prova foi marcada para o sábado subsequente pela manhã.  Logo após termino o professor corrigiu e merecidamente, conquistei a nota máxima, isto é, tirei 10 (dez). Foi o único entre colegas participantes do evento, mas todos foram aprovados. O Professor Videres era muito rigoroso em avaliar nota de aluno. Deu-me os parabéns e agradeci. Daí sai correndo, pulando de alegria como uma criança que acabara receber um belo presente. Durante o trajeto do Liceu á Lagoa, fui decepando as páginas da velha apostilha jogando-as ao vento. Fomos todos, eu e meus colegas, comemorar a façanha na “Churrascaria Bambu” de saudosa memoria, regado a um chope gelado e galeto, considerados os melhores da cidade. Ainda hoje quando transito pela lagoa, não sei se é efeito de ilusão de ótica ou miragem, mas enxergo nitidamente algumas páginas da minha apostilha boiando em suas águas turvas e coniventes.  Outro episódio deu-se com a diretora Dona Daura Rangel,  que levava  a disciplina do educandário com punhos de aço,  época que o aluno tinha respeito com o mestre.  Hoje eles se digladiam como feras. Havia uma norma no colégio proibindo encontros de alunos nos pátios, escararias e corredores. O aluno devia estar sempre na sala de aula, para tanto tinha os intervalos. Uma vez estava na área livre do colégio conversando com uma amiga. Fomos interpelados e chamados à diretoria. Não sei se foi uma advertência ou uma lição de moral. Ela disse educadamente: “meus filhos, o tempo é curto e a vida é longa, vamos aproveitá-la, com muito estudo, vocês representam o futuro, a geração que irá comandar este país amanhã”.  Esta reflexão anda comigo até hoje e tenho repassado para meus filhos e netos.

    PONTO FINAL

    Deixei meu colégio em lágrimas, levando comigo a minha bagagem repleta de aprendizado e lições de vida que alimentaram minha formação profissional, seguindo passo a passo a interlocução de minha querida diretora.

    Ah, como tenho saudades!


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