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  • Onde está a vontade do povo?

    19/07/2015

     Pesquisa feita pelo Instituto Data Folha já divulgada, encomendada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) defensora do fim do financiamento empresarial, mostra que a maioria da população brasileira é contrária aos repasses feitos por empresas nas campanhas eleitorais. De todos os entrevistados, os discursos são os mesmos: as doações estimulam a corrupção no país.  Dentre as 2.125 pessoas arguidas em 135 municípios distribuídos pelo Brasil entre os dias 9 a 13 de junho 74%, com margem de erros de dois pontos percentuais para mais ou para menos, se mostraram contra a estes repasses. O estudo mostrou que o PT é ainda o partido preferido dos brasileiros, seguido do PMDB, PSDB e outros de menor relevância.

    Contrariando a vontade popular o plenário da câmara aprovou na quarta feira passada, o financiamento privado de campanhas com doações de pessoas físicas e jurídicas para os partidos e com doações de pessoas físicas para candidatos.

    O texto aprovado é uma emenda à reforma política (PEC 182/07) apresentada pelo líder do PRB, o deputado Celso Russomano (SP). A aprovação ocorreu em meio a protesto de vários deputados que entenderam ter havido uma manobra para reverter à derrota imposta na sessão anterior onde foi rejeitada  a emenda que autorizava as ditas doações. Mais uma jogada do governo que justificou que se a mesma não fosse aprovada haveria um prejuízo muito grande. O dinheiro teria que sair do caixa para financiar eleição e a sociedade não reagiria bem a essa situação.

     

    Pela emenda, o sistema permanece misto, com dinheiro privado e público, formando o fundo especial de assistência aos partidos políticos chamado de Fundo Partidário constituído pela arrecadação de multas eleitorais, recursos financeiros legais, doações espontâneas privadas e dotações orçamentarias públicas. Ficou mantido o horário gratuito para os partido.

     

    DAS DOAÇÕES

     

    As empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato da Polícia Federal doaram quase R$ 98,8 milhões aos dois candidatos, a presidente Dilma e Aécio que chegaram ao segundo turno no dia 25 de outubro do ano passado. A prestação de contas foi divulgada pelo TSE e Dilma foi a que mais recebeu doações. Esses montantes autorizados por lei estão sendo  questionados pela OAB através por uma ação proposta e seis ministros do TSE já votaram contra o modelo de financiamento. Essa briga entre o Legislativo e o Judiciário não poderá perdurar muito tempo, haja vista que a proposta da Reforma política deverá estar pronta até outubro deste ano, caso o governo pretenda usa-la nas eleições municipais em 2016.

     

    OPINIÃO

     

    Sempre fui contrário às doações nas campanhas eleitorais. O que devemos mesmo é acabar com a influência do poder econômico nas eleições, banindo o financiamento empresarial da atividade política, que interfere de maneira nefasta na administração pública. Não precisávamos ter que ouvir as palavras desastrosas do ex-diretor de abastecimento da Petrobras, um dos delatores da Operação Lava Jato, o delinquente Paulo Roberto Costa, que disse na CPI: “As empresas que doam nas campanhas políticas buscam recuperar o valor doado por meio de contratos” e finalizou “não existe almoço grátis”. Ah se nosso país tivesse pena de morte! Seria a ocasião de despachar esse verme para um lugar que vou deixar a escolha a critério do leitor.

     

    Contatos: joseneruriongomes@outlook.com 


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