Página inicial


  • O Brasil de cada um

    25/02/2015

     A sociedade brasileira está sendo mobilizada para fazer estancar a sangria moral desatada que deixa o país anêmico. Ninguém sabe ou pode imaginar o que vai acontecer nos próximos dias ou meses, mas pelo menos todos sabem que o povo já demonstrou antes - em junho de 2013 -, como alerta, uma vontade coletiva de se manifestar nas ruas em defesa de seus interesses e da moralidade pública gravemente violentada.

    É isso aí : interesses sociais e moralidade pública são agora, mais que em 2013, os temas explosivos capazes de mover a população brasileira em seu retorno às ruas, com consequências políticas imprevisíveis. Tudo porque as eleições de 2014 não se revelaram aptas para solucionar os impasses e crises que vinham se arrastando e inquietando o povo. O pós-eleição, com o recrudescimento das denúncias e provas de malversação do patrimônio público e sumiço de verbas , criou um ambiente de indignação e revolta na sociedade. Há um caldeirão de suspiro abafado que pode arrebentar a qualquer momento.

    Há, é visível, um estica-corda natural entre as forças políticas que combatem o governo, responsável pela dramática situação do país, e as correntes que o sustentam, especialmente o petismo, que abusou da gestão e é candidato a naufragar com ela. O PT está perdido dentro do trem da história e não sabe como saltar dele em movimento. Pior é que a maquinista é dele e não pode ser abandonada.

    Colhidos em flagrante delito moral, os petistas não sabem como se defender perante uma população que em sua maior parte atravessou as turbulências do Brasil nas últimas décadas tendo o PT a frente. Agora, o povo que enxotou Collor do poder apodrecido, anos atrás, é o mesmo povo que, pela mesma razão, quer retirar Dilma do governo. Mas, segundo os petistas, esses são os golpistas desta ocasião. Muito embora o golpismo esteja em andamento na Câmara e no Senado, onde o PMDB e outros aliados querem o cargo de Dilma para o vice dela. O povo, contudo, não quer nenhum deles, nem sabe ao certo quem quer para presidir o país. Sabe apenas que não quer esse país nem quer seus atuais dirigentes.

    NINGUÉM PODE SE EXIMIR DE COMBATER A CORRUPÇÃO

    Por causa da convulsão social que age silenciosamente no seio da população, subsistem ao menos cinco tipos de brasileiros que emergem da crise : Os ASSALTANTES , esses notáveis gabirus que saquearam a Petrobras e muitos outros organismos estatais; Os CÚMPLICES , que facilitam os assaltos e recebem recompensas; Os AGREGADOS , que defendem a roubalheira só porque defendem o poder que a gera ; Os SILENTES, porque ou são covardes ou de alguma forma interessados , interessados até em ter uma chance de roubar algum dia; Os PROTESTANTES, os que não aceitam que o país se ajoelhe diante da criminalidade organizada e da inação dos poderes e das autoridades omissas, e acreditam que o povo merece melhor sorte.

    Por fim, há um tipo anômalo de brasileiro descomprometido com seu país : Os ENRUSTIDOS, tipo desses intelectuais que assinaram um manifestado curto, oco , suspeito e pouco subscrito , em apoio a Dilma e contra o seu impeachment , mas não querem nem saber por onde anda o moralidade da administração pública e a decência dos políticos. Alguns são os mesmos que defenderam o fim da era Collor e aceitaram mais tarde, calados, a aliança de Collor, Maluf, Lula, o PT e Dilma. Ou estão alugados pelo governo, ou entraram , assim como o governo, em fase de decrepitude terminal. Mas, enfim, se você é brasileiro mesmo, desses que não vacilam em hora de grave decisão moral ou política, diga alto de que lado você está ou a que falange você pertence. Diga e não fique despistando conversa não.


    Voltar