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  • 23.08.2020 - 07:15

    FLAMENGO X BOTAFOGO: clássico deste domingo marca duelo dos artilheiros Gabigol e Babigol


    Um é multicampeão e se tornou um dos maiores ídolos da torcida do Flamengo. O outro é uma promessa e tenta se firmar em seus primeiros passos no Botafogo. Porém, algo os une diretamente: os apelidos folclóricos. Quando a bola rolar para o clássico deste domingo, às 11h, no Maracanã, dois atacantes duelarão para saber quem merece levar a alcunha artilheira no nome — Gabigol ou Babigol?

    Curiosamente, um serviu de inspiração para o outro. Matheus Babi, do Botafogo, ganhou o apelido quando estava no Macaé, em 2018. Xodó da torcida, viu torcedores levarem placas escritas “Hoje tem gol do Babigol” para seus jogos este ano, uma clara referência ao adversário rubro-negro.

    — O apelido surgiu quando o Gabigol estava fazendo muitos gols no Santos. Eu levo isso na brincadeira, acho engraçado, trato com alegria — conta o atacante de 22 anos, que brilhou na vitória alvinegra por 2 a 1 contra o Atlético-MG, na rodada anterior e disputa vaga no ataque com Pedro Raul.

    Matheus Babi não esconde que gosta de ser chamado assim. Tanto que pediu ao perfil oficial do Botafogo para perguntar como ele deveria ser chamado nas redes sociais. As opções eram Babilônia, Babigol ou Babishow, que estava vencendo a votação até a publicação desta reportagem.

    Babigol (por Macaé e Botafogo) em 2020:

    Jogos: 12
    Gols: 6
    Assistências: 1
    Minutos: 1066

    Já Gabriel Barbosa, do Flamengo, é o dono mais famoso deste tipo de apelido atualmente. Mas nem sempre foi fácil lidar com ele. Tanto que tentou se desvincular do sufixo quando foi promovido aos profissionais do Santos, em 2013. Aos 16 anos, ele era comparado com Neymar e não gostava disso.

    — O Gabigol foi uma brincadeira do pessoal, mas eu prefiro Gabriel. É o meu nome. O Santos sempre revelou bons jogadores. Só que ninguém vai ser um novo Neymar. Ele é único — reclamou Gabriel.

    A alcunha surgiu na base do Santos, onde chegou a marcar mais de 600 gols antes de se tornar profissional, mas virou “Gabighost” para os jornais italianos que criticavam a suas atuações quando esteve na Europa. Mostra o ônus de ser chamado assim.

    Ao retornar ao Brasil, Gabriel mostrou que merece o apelido. Com 23 anos, já soma oito artilharias na carreira, incluindo duas de Campeonato Brasileiro e uma de Libertadores. Agora, ele tem a missão de tirar o Flamengo da incômoda zona de rebaixamento — o Rubro-Negro figura a 17ª colocação —, algo impensável se tratando do atual campeão brasileiro.

    Gabigol em 2020:

    Jogos: 18
    Gols: 12
    Assistências: 9
    Minutos: 1604

    Inspiração argentina

    Não se sabe com exatidão quem foi o primeiro jogador a receber o sufixo “gol” em seu nome, mas a maior inspiração das últimas gerações vem da Argentina. Gabriel Batistuta, ou Batigol, fez tanto sucesso que inspirou até mesmo brasileiros. Caso de Robgol, ex-Paysandu, que virou um personagem folclórico pelo apelido.

    — Em 1996, venci um clássico com o Náutico e soltei na imprensa que poderiam me chamar de Robgol. Na Europa, tinha o Batistuta que era o Batigol e ele teria um parceiro feito super-heróis. Batman e Robin, era Batigol e Robgol — conta o ex-atacante, que não esconde a alegria em ver Gabigol dando sequência ao apelido.

    — Acho legal eles se inspirarem em nós que tivemos uma história bonita no futebol. Peço que Deus os abençoe com uma carreira linda e vitoriosa por onde passarem. O Gabigol, por exemplo, vem fazendo uma muita bonita — completa lembrando de outros atacantes que carregam o apelido atualmente, como Gustagol, ex-Corinthians e Internacional.

    Outro que ficou famoso foi o Alecsandro, o Alecgol. Questionado se pode existir alguma pressão pelo apelido, ele afirma que sempre lidou bem. Também desejou sucesso para a dupla de atacantes de Flamengo e Botafogo e foi enfático: só é chamado assim quem merece.

    — Em nenhum momento senti pressão por causa do apelido. Quando me apelidaram de Alecgol, já tinha sido artilheiro do Campeonato Carioca, feito mais de 50 gols pelo Internacional, marcado em finais… Na escola, quando um menino era orelhudo, ele era apelidado assim. No futebol é igual. Só é chamado de gol quem marca muitos gols. Espero que eles aproveitem isso — conta Alecsandro, que está no CSA.

    Fonte:Extra Online