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  • Ele faz falta

    18/07/2014

     Os governantes oriundos da Revolução de 1964, João Agripino, Ernani Sátyro e Ivan Bichara, com maior ou menor freqüência, acatavam as sugestões de José Américo, quando solicitado a se pronunciar. Ser útil era seu desejo, mas ser justo foi seu maior titulo. Pelas sensatas opiniões recebera a alcunha de “Conselheiro”, pelos que careciam de um parecer isento de paixão...

    João Agripino, no inicio da Presidência do Estado entrou em conflito com a Justiça Estadual, em razão dos baixos salários atribuídos aos magistrados. O desembargador e jornalista areense Aurélio de Albuquerque, assumiu a defesa da classe e levava ao conterrâneo às reivindicações da Corte de Justiça da Paraíba.

    Farpas foram trocadas de público. Travou-se entre os Poderes uma contenda preocupante, a exemplo da vivida em 1930, quando o desembargador Heráclito Cavalcanti, a “alma danada” que, em vão, tentou impor aos paraibanos a política de seu Partido para desestabilizar o Presidente João Pessoa, que fazia um governo de moralidade e desenvolvimento, com o apoio do povo, que o amava.

    Ciente, do que se passava nas hostes administrativas dos Poderes em litígio, José Américo, com uma sugestão criteriosa dirimiu o que poderia ter se agravado, por via de caprichos que levam ao desastre.

    A querela do governador Ernani Sátyro com o Tribunal de Contas, relatado pelo Conselheiro Octacílio Silveira, advertiu José Américo, a não esperar a visita domingueira do “amigo velho”. Fomos à Granja Santana e problemas e soluções foram postos na mesa, e o que se prenunciava um desentendimento de proporção avantajada e prejudicial para o TC e o próprio governo, teve desfecho satisfatório com a cessão das partes aos propósitos comuns.

    Quanto às divergências de ordem política ou administrativa a orientação de José Américo, algumas vezes, não teve acatamento. Quando o governador Ernani Sátyro decidiu derrubar o prédio de A União, para construir o do Poder Legislativo, José Américo, Celso Mariz, Osias Gomes e Leonardo Smith, velho jornalista paraibano, que passava um fim de semana conosco, contestaram a demolição. Eles não só pediram, como imploraram pela preservação da primeira Escola de Letras do Estado. Mas, o pleito fora indeferido.

    Ivan Bichara, também, não considerou o aconselhamento para acatar o nome de Antonio Mariz, iludido pelos que queriam Milton Cabral, e apresentavam como cláusula restritiva, a decisão dos convencionais que, em número maior de votantes, sufragaram o nome do campinense.

    Talvez se o governador Ricardo Coutinho tivesse ouvido pessoas sensatas, teria dirimido situações conflitantes e ninguém lhe faria sombra, nem ameaçaria interromper seu programa administrativo.

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    Lourdinha Luna e membro da Academia de Letras de Areia.


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