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  • Francisco o Papa

    07/08/2013

    Os ângulos perversos da vida, como diria o ex-governador Pedro Gondim, alcançaram o Vaticano. Jamais se admitiria que a corrupção, um deslize comum na classe política, se infiltrasse na mais alta corte da religião católica. No entanto ele estava lá, deslustrando a estirpe que deveria ser exemplo de decência e lisura para o universo.

    Surpreendeu a renuncia de Bento XVI, o apostolo escolhido para bem governar a igreja que o Cristo confiou ao discípulo Pedro, o pescador de almas.

    Eleito o cardeal e jesuíta argentino Jorge Mario Bergoglio, tomou o nome de Francisco, e como Papa assumiu o lema de mostrar a beleza e a simplicidade do Cristianismo. É de seu dever como Chefe da Igreja Católica continuar a obra de sua reforma moral voltada à essência da mensagem de Cristo e ser o seu modelo.

    Voltar o olhar para os pobres e sofredores, tornando-se igual a eles. Reconhecer para as mulheres um papel central na Igreja e na sociedade civil. Reiniciar nova evangelização através da mídia. Potencializar o diálogo inter-religioso na direção definitiva em busca da paz, foram os temas anunciados pelo papa Francisco, ao iniciar sua missão pontifícia.

    Anunciado em março deste ano (2013), realiza o Papa Francisco, neste mês, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, sua primeira viagem internacional. Em visita ao Brasil, o Sumo Pontífice pões à prova sua popularidade, conquistada em pouco mais de quatro meses de exercício na liderança da Cúria Romana.

    Em sua missão evangélica aportou no Brasil, num clima de insurreição. Como Ministro de Deus não temeu o que encontraria e se deu ao apostolado que se propôs trazer para os brasileiros, como representante de um bilhão e duzentos mil (1.200) fies da igreja de Cristo. Pelo carisma compara-se a João Paulo II, já beatificado, que arrastou multidões da América Latina quando de suas visita ao torrão de clima tropical. Até 1980 fora considerado o pais mais católico entre as nações, mas tem declinado dessa posição nos últimos anos.

    No conclave da Jornada Mundial da Juventude, todos os continentes estão representados. Um exemplo edificante está com o grupo de 10 descendentes de portugueses da antiga colônia de Macau, hoje parte integrante da China que, com sacrifício financeiro, e 33 horas de viagem chegaram às celebrações no Rio de Janeiro, confirmando o axioma de que: “a fé um tesouro de almas eleitas.”

    Sente-se que há confiança no Papa Francisco para o soerguimento da Igreja Católica. Ele é um cristão de qualidades supremas, desprendido, alegre e que confia no seu rebanho. Não tem medo do povo e dele se aproxima como igual, desde que parte do principio de que todos somos irmãos, pois filhos do Deus todo poderoso, criador do céu e da terra. Amável com as crianças, não se dispensando de abençoá-las e beija-las.

    Criativo, doou aos brasileiros as mais sábias e oportunas sentenças: Colhi em seus discursos: “a juventude é a janela pela qual o futuro entrará no mundo”. Aos desanimados aconselhou: “Não deixem que lhe roubem a esperança”. Aos acomodados: “A igreja não pode se restringir aos ritos religiosos, tem de ir à ação.” Aos indiferentes: “Cuidem dessas duas pontas da vida: os idosos e os jovens.” E sugeriu aos moços: “Não percam a sensibilidade e enfrentem a injustiça e a corrupção.” E na fala à juventude, em Copacabana: “O jovem pode ser

    testemunha corajosa do Evangelho.” E mais: “Nos seus projetos bote fé, esperança e amor.” E encerrando sua homilia na tarde chuvosa e de vento constante na praia de “encantos mil”: “A fé realiza em nossa vida uma revolução. Jesus espera por nos e conta conosco.”

    Ele mesmo se propõe “a fazer uma política endereçada aos pobres, não como elemento de estatística, mas com vista à pessoa humana.” Um governador da Paraíba de antigamente, emitiu frase semelhante: “vamos fazer a política dos pobres, porque a dois ricos já está feita.”

    Abençoado Papa Francisco, que preside e destaca a Santa Sé, com coragem e ensinamentos, aenfrentar a adversidade e dar sentido e direção a Chefia da Igreja Católica. Amem.

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    Lourdinha Luna é membro da AFLAP e da Academia de Letras de Areia.


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