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  • De olho em 2016

    22/09/2015

     O fato de maior relevância da política na semana foi a saída do prefeito Luciano Cartaxo do PT. Se dizendo sufocado no partido e frontalmente contrário às medidas de choque adotada na economia pelo Governo Dilma, que penaliza a população, e indignado com os sucessivos escândalos envolvendo companheiros petistas, ele foi acolhido pelo PSD do deputado federal Rômulo Gouveia, que tem estreitas ligações com o PSDB do senador Cássio Cunha Lima e de quem Luciano espera receber apoio ao seu projeto de reeleição em 2016.

    Os desdobramentos dessa atitude de Cartaxo foram quase que imediatos. Classificado pelo deputado estadual Frei Anastácio, da bancada petista, como um ‘ato de covardia e oportunismo’, e não de ‘coragem’ como a Prefeitura fez passar para 90% da mídia escravizada pela Secom, o PT promoveu uma reunião no dia seguinte e decidiu entregar os cargos e se afastar da base de sustentação do prefeito.  O PSB do governador Ricardo Coutinho, até então aliado, anunciou o fim da aliança para 2016 e a decisão de lançar candidato próprio no próximo ano.  

    Com a falta de credibilidade e o desgaste do PT perante a opinião pública, seguidores de Luciano acreditam que ele tomou a posição certa, na hora certa, colocando em plano secundário uma história de 20 anos de filiação partidária e priorizando sua sobrevivência política. Os mais cautelosos analisam que pouco ou quase nada mudará, considerando o fato do PSD ser aliado do PT por integrar a base de sustentação do governo federal que ele avalia como infectado pelo vírus da corrupção. É como trocar de roupa sem tomar banho.

    O fato é que no PT, no PSD ou em qualquer outra legenda que ingressar, a imagem do Luciano Cartaxo administrador já está salva na memória dos pessoenses. Um gestor sem qualquer planejamento e sem qualquer noção dos reais problemas da cidade. Ganhou uma Prefeitura de ‘mão beijada’ e não soube aproveitar a oportunidade. Esburacada e suja, a ideia de quebrar canteiros e colocar metralhas em pontos estratégicos para passar a ideia de que aqui é um paraíso de obras, não cola mais. São problemas gritantes que atingem não apenas o setor de infraestrutura, mas a base da saúde, educação, transporte, segurança e mobilidade urbana.    

    Com a máquina administrativa na mão, que ele já demonstrou, na eleição passada de senador, que não tem dó nem piedade de usá-la, é indiscutivelmente um grande competidor em 2016. PSB, PT e PMDB, poderão fazer a diferença se focarem um entendimento comum, já antecipando as eleições de 2018. 


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