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Notícia > Política

  • 23.07.2018 - 05:30

    TRADIÇÃO INDECENTE: predominância familiar na política é um vício na Paraíba


    A predominância familiar na política paraibana não é algo restrito as fronteiras do estado; ela se estende país afora notadamente na região nordestina onde grupos familiares se sucedem ao ponto dessa infiltração na coisa pública parecer natural ao senador Cássio Cunha Lima e ele recorrer à desfaçatez para dar como exemplo dessa proliferação escandalosa outras atividades no intuito de justificar tão descabida invasão do processo político.

     
    A política no Brasil em qualquer das regiões está atrelada, manipulada e a serviço de famílias e grupos como gigantesco consórcio onde as cotas são distribuídas de forma a contentar as classes privilegiadas densamente representadas em todas as esferas do poder desde as minúsculas e inexpressivas câmara municipais, passando pelas Assembleias até chegar ao Congresso fenômeno que se repete em outros poderes constituídos a exemplo do Judiciário onde o conglomerado de famílias é tão despudorado quanto no Legislativo e no Executivo.
     
    Ao querer dar exclusividade a chapa de Lucélio como representante dessa tendência generalizada na política e nos demais poderes do país é abusar da hipocrisia porque nenhuma das chapas em disputa está imune a esse fenômeno indecente e imoral demonstrando que os privilégios da Casa Grande ainda são preservados na atual sociedade e só a consciência do eleitor poderá modificá-lo ao impedir que essa perpetuação se prolongue por mais tempo.
     
    A diferença entre a chapa de João Azevedo para as demais nesse contexto é nenhuma haja vista a predominância dos ramos genealógicos que se perpetuam há décadas no estado e que se mantêm agarradas ao poder através das coligações políticas.
     
    O que se pode falar e deve-se falar e criticar também é a desfaçatez com que o senador Cássio procurar justificar essa sujeição ao comparar com a atividade privada onde os interesses familiares podem ser preservados sem ofender a consciência coletiva e sem subjugar o interesse da sociedade a genealogias.
     
    Seria interessante que se mostrasse qual a chapa das prováveis coligações que não são sustentadas e não estão impregnadas das mais tradicionais famílias políticas do estado nem mesmo a do engenheiro João Azevedo cujo DNA plebeu do governador não escapa dessa contaminação familiar e trás na pessoa do candidato ao Senado um exemplo dos mais expressivos dessa cultura brasileira onde filho, esposa e mãe aguardam o pronunciamento das urnas para irem junto para Brasília gozar todas as mordomias que os cargos lhe conferem.
     
    Nada mais semelhante do que essa conjunção familiar que em nada se difere do que acontece na chapa de Lucélio e se esse argumento causar dano a ele atingirá a todos sem distinção. (Jampanews)
     
    Cássio usa exemplo de outras profissões para ilustrar “naturalidade” da tradição familiar na política
     
    O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) tem sido cada vez mais questionado pela imprensa a respeito do forte componente familiar em sua chapa. Pré-candidato à reeleição no Senado, Cássio é companheiro de Lucélio Cartaxo (PV), pré-candidato ao Governo e irmão do prefeito de João Pessoa, e de Micheline Rodrigues, pré-candidata a vice-governadora e esposa do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB). Além disso, o seu filho é pré-candidato a deputado federal.
     
    Sobre o tema, Cássio disse ver com naturalidade a questão e lembrou o caso de outras profissões onde a tradição familiar é forte.
     
     
    “Você vai para um escritório de advocacia e é do pai e do filho; você vai num consultório médico, é atendido pelo pai e pelo filho, foi assim na minha cirurgia. Você vai nas artes, famílias inteiras de atores e atrizes”, lembrou. (jampanews)