Página inicial


  • De coronel, só o chapéu

    05/01/2013

    O jornalista José Euflávio não me deixava em paz. Toda vez que ia a Bananeiras acompanhando o governador Cássio Cunha Lima, insistia no pedido. Queria por que queria que eu lhe presenteasse um quadro de Ariano Suassuna que pendia meio torto na parede da minha sala.

    O quadro do Movimento Armorial e pintado a bico de pena me fora ofertado por um gerente de banco, não me lembro qual. Um dia me rendi ao assédio cultural do jornalista e mandei que levasse o quadro antes que Marta notasse a sua ausência. Até hoje ele me goza pelo feito.

    Na realidade ele caçoa da minha ignorância pictórica ao “desconhecer” o valor do quadro de Suassuna que lhe doei. Mas ele mesmo só descobriu seu valor quando foi mandar trocar a moldura e recebeu proposta de compra.

    Daí em diante ele não perde uma ocasião para contar a todos que conseguiu me levar um patrimônio valioso, por minha pura ignorância cultural, sempre naquele seu estilo chistoso.
    Esta semana ele investiu no facebook a pretexto de elogiar o meu pai, mostrado em uma foto que permanecia há trinta anos agregada à porta do guarda-roupa de uma saudosa eleitora:

    “O Sr Arlindo Ramalho era um homem de bens e de bem, zelador do que era dele. Já sobre um certo coronel,Ramalho Leite,que anda em Bananeiras de chapéus panamá, esse não.Esse não cuida nem do patrimônio de casa, né não doutora Marta Ramalho?”

    De pronto, respondi: “ De coronel, só o chapéu Ze Euflávio. Quanto a defender meu patrimônio confesso que posso ser vitima de um certo esperto jornalista que sente o cheiro de obra de arte onde eu só vira um enfeite kkk”

    Geraldo Bezerra Veras que é outro “facebuqueiro” inveterado julgou que Euflávio com o seu humor mal explicado estava me destratando e me acusando de dilapidar meu patrimônio.

    Aliás, essa é a grande piada pois patrimônio mesmo eu nunca fiz e, meu pai, referido como homem de bens, deixou muito pouco além da educação que proporcionou aos filhos.

    As redes sociais, com os espaços curtos que põem à disposição dos seus frequentadores, às vezes deixam as histórias em pedaços, daí por que, fui obrigado a contar a historia da tela de Ariano Suassuna, agora fazendo parte do acervo cultural do jornalista Ze Euflávio.

    Por outro lado, devo explicar que o uso do chapéu veio em virtude da alva pele com que nasci, pouco resistente ao sol e já motivo de algumas pequenas intervenções do meu dermatologista preferido, dr. Otavio Sérgio.

    A minha ação política no interior nunca foi parecida com a prática coronelista que predominou nos primórdios do século passado. Na minha forma de fazer política, de coronel, só o chapéu...
     


    Voltar