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  • A vida de cada um

    31/10/2014

     Nascer quando a sorte faz o parto, e a parteira mãe. Fica sendo pro resto da vida. Mãe Irá é a minha. Um salto mortal no escuro longo da vida. Uma réstia de luz na telha quebrada. De vários moleques que habitaram a Praça da Bandeira na busca das catirinas, e no beiço do Rio Pintadas. Em Campo Maior-PI, berço e túmulo dos Heróis da Batalha do Jenipapo. Sangue e vida pela independência do Brasil. Peada, soluça ainda capenga. Crescer e se preparar, a escola com os maus educadores nos espera. Estão na espreita com os olhos arregalados de ódio sobre nós. Cala a boca menino. Os bons educadores forjaram, lapidaram a ferro e fogo as nossas mentes. E foram vários diante da guerra silenciosa. Inúmeras, em todos os lugares: na Terra, no ar, no golfo, no mar. De areia ou de água. Explodiram os nossos castelos de sonhos nas vindas e idas de cada dia. Calça comprida e cabelo já nos vestem o corpo e a mente. ‘“Era um garoto, que como eu, amava os Beatles e Rolling Stones.” O medo do Exame de Admissão vai se prolongar por anos. Um pulo mortal na catraca. Até bater no portão da Universidade. Novas lutas, novos embates. “Caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais, braços dados ou não”. Décadas de lutas, de manifestos e vigílias. A benção minha Nossa Senhora das Neves. Da Guia, que me guie em direção a Penha. Novos amigos (as). Negar e combater todas as formas de opressão, discriminação e preconceito. A AMPEP/PB somos nós, nossa força e nossa voz contra o coro reimoso dos governantes repressivos de plantão. PT saudações, prego batido, ponta virada. Boas e boas companheiras (os) no calor do fogo cruzado. “Caminhando contra o vento, sem lenço, sem documentos... eu vou, por que não”? Mala e cuia no caminho. Já vamos Iana e Pedro. ‘“Ninguém se perde na volta”. Não! Tem certeza? Novos maus educadores que dominam as universidades. Ministros sem nota. A não ser àquelas de exclusão de professores, alunos e funcionários quando da luta pelas liberdades democráticas contra a ditadura. Mau educador “eleito” por uma caneta do governador. Quem paga a conta? Não tem preço o sacrifício de milhares que se alimentam do pó de giz. E nem de milhões que produzem e nunca terão o acesso as riquezas produzidas. Apenas a cana que prende, ou a que muda de sabor e embriaga causando lerdeza e cansaço da vida pelo passo de tartaruga das instituições.

    Não “assépticas” na resolução das diversas problemáticas das populações. E menos limpos os hospitais que alojam a morte. Espera-nos picados pelo mosquito ou não. O passaporte para a “eternidade” é expedido. Em salas Vips ou imundas dos hospitais e postos de saúde do país inteiro. Décadas de contradição que nos move rumo à degola, as ideias nos apascentam o medo até a explosão. Da quebra do coco, tucum no solo; correr a vida toda com ou sem o capuz. Tainha no Rio Pintadas em Campo Maior. Saltar como um primata na beleza do pulo. Não nas costas dos excluídos como fazem as camadas dominantes. Um dia o mundo não será mais “deles”, os que nos condenam a uma vida de privação da liberdade. Presos ou não, por aqueles que nos condenam sem provas. Partidarizam as instituições na representação dos interesses das elites, na conivência com todas as formas de violência. Na e com a palavra também se luta. O sol sempre será a nossa testemunha da vida. Inclusive que tenho uma Ana.


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