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  • Teixeira de Jório Machado

    16/02/2014

     Semana passada no meu turismo pelo interior (como naquela marcha de carnaval "festa do interior", sem fagulhas nem pontas de agulhas), animado e feliz visitei Puxinanã, beleza de lugar com o encantado cognome cidade dos lajedos, deliciei-me na observação da criativa arquitetura incorporando o afloramento de rochas. E a população com o expressivo ar de felicidade estampado nos gestos, no andar, na tranquila paz dos rostos bonitos. Não quero rever a Paris e a Nova York que alegrou meus passeios, hoje entupidas de imigrantes miseráveis e impertinentes pedindo ajudas, com nos bares do passado em João Pessoa. O PT melhorou mesmo o Brasil: ninguém pede esmolas, todos trabalham, mesmo nos semáforos distribuindo panfletos, secretamente vendendo drogas, ponteando para "saidinhas de bancos" etc. O mundo é pra todos reafirma a presidente Dilma. Vinha eu de recente visita a Areia de Barauna, Boqueirão dos Cochos. Tudo o mesmo, até começo a me chatear: ninguem pede ajuda de nada. Aí me lembrei do amigo senhor de engenho Waldir dos Santos Lima, imprópria e ofensivamente apelido de "exasperado" por governador Ernani Sátiro quando ele lhe fazia oposição. Tem carne debaixo desse angu. Bem alcancei a conhecida Taperoá, perambulei no estilo sertanejo de quem se perda na rua, perguntei e um matuto da feira me indicou a casa onde morava Balduino Lelis, grande amigo, e em razão da intimidade, mas expressando humor na pergunta indaguei se era verdade que Balduino era doido. O homem respondeu em cima da bucha: "Mais ou menos." Reparei na casa bem cuidada como se via por fora, e concluí que o antropólogo-museólogo tem juizo até demais. Deixei a obrigatória visita para depois. Dalí segui meio receioso para Desterro, Teixeira, viva na minha memória pelo cangaceirismo de Silveira Dantas, Zé Lira, Luiz de Barros e Eudes Nunes, ex-prefeito, meu ex-colega de internato no "Colégio de Padre Vieira" em Patos. Quanto a este último, na ocasião prefeito municipal, acusado por ele, no meu gabinete de Secretário de Segurança Pública, de indiferença à criminalidade que reinava, ía andar armado de rifle de repetição, e capangas também armados nas ruas e nas praças da cidade. Gelei e esmoreci. Tinha outras pessoas presentes. Conhecia-o como disse, desde menino de colégio e todos reconheciam que ele era adoidado. Não fechei a cara mas repliquei: "Tudo bem. Vou recomendar a polícia para lhe dar cobertura, não lhe prender. Você é meu amigo de muito tempo e eu sei como todo mundo sabe que você é doido." Ele danou-se, pinotou e retirou-se mas afirmando olhando para trás que na Paraiba não tinha segurança. Com estas palavras. Encerro esta narrativa da memorial visita aos manes gentilicios do saudoso amigo Jório do Momento, registrando que não avistei como ele informou que existiam, casais em enlevos homógamos nos fins de tarde, no anoitecer frio da maior serra da Paraíba. Pelo menos.


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