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Notícia > Política

  • 19.09.2019 - 15:22

    Ronaldo Barbosa não esperou ser apeado do PSB municipal: em carta ele anuncia renúncia


    O professor Ronaldo Barbosa, um dos fiéis seguidores do ex-governador Ricardo Coutinho desde 2004, também se sentiu traído pela forma maquiavélica com que o ex-comandante do estado golpeou o PSB e abiscoitou o comando da sigla para si, destituindo a executiva estadual do partido que estava sob a presidência de Edvaldo Rosas. Barbosa, ao contrário de Rosas, não esperou ser apeado da presidência municipal do PSB. Através de carta ele comunicou seu desligamento, criticou duramente a conduta de Ricardo Coutinho e anunciou sua fidelidade ao governador João Azevedo. Confira o teor da missiva: 

    “Aos companheiros e companheiras do Diretório do PSB de João Pessoa

    Aos filiados e Filiadas do PSB de nossa Capital

    Aos socialistas da Paraíba e aos diversos movimentos sociais de nosso estado

    CONTRA A INTERVENÇÃO NO PSB!

    Diversos companheiros e companheiras têm construído ao longo desses anos um projeto político que se expressa no PSB. Projeto esse que saiu vitorioso em vários pleitos eleitorais e que, baseado na estratégia da hegemonia Gramsciana, buscou na ação eleitoral e nos movimentos sociais a consolidação de sonhos por aqueles e aquelas que acreditam no socialismo!

    Na última campanha eleitoral, com a vitória deste projeto na Paraíba, nossa militância compreendeu que a construção do mesmo se consolidava e nos colocava no processo de direção da hegemonia do campo democrático e popular em nosso estado.

    De repente, fomos surpreendidos por uma ação de destituir a direção estadual eleita democraticamente e por unanimidade no seu último congresso. Tal ação (de surpresa) ocorreu de forma autoritária e antidemocrática. Esta ação, entre várias outras que se seguiram, demonstrou que não é na calada da noite, com medidas de força e sem nenhuma transparência que divergências são superadas.

    Sou prova do pedido de Edvaldo Rosas e de Ronaldo Benício, bem como do Prof. Rubens Freire (Vice-Presidente Municipal de João Pessoa) para que a verdade fosse dita. O presidente Nacional da legenda não responde às solicitações desses companheiros. Uma pergunta sem resposta até agora, mas que o povo quer saber: Onde está a relação dos que pediram (SIC) renúncia  do Diretório Regional? (grifo e destaque nosso).

    Com diversos companheiros e companheiras, junto com a população, elegemos João Azevedo. Repito, JUNTOS! Não cabem afirmativas “que eu elegi 22 deputados” ou que eu elegi “o Governador”. O maior problema na política é quando o singular busca substituir o plural. O singular nega a história, nega o sujeito histórico, nega o papel do coletivo. A quem prega este singular tem meu repúdio.

    Meus companheiros e companheiras são prova do que este Diretório Municipal de João Pessoa buscou na base social a consolidação de seu projeto político numa íntima relação com os movimentos sociais e com os partidos, cuja compreensão o socialismo nos uniu e possibilitou nossa reação ao Governo Bolsonaro.

    É sobre esta questão minha outra preocupação: Em um momento em que se precisa dessa unidade, de nossa luta contra o autoritarismo, eis que alguns acham que o problema está no Governo João Azevedo ou em más companhias e até em Edvaldo Rosas. Não concordo com esta irresponsabilidade e quem a cometeu tem que dizer que errou e pedir desculpas  ao povo da Paraíba!

    Por estas razões e outras (cujo espaço de uma carta não cabe), peço renúncia da Presidência do PSB de João Pessoa e de seu Diretório Municipal. Fui Fiel ao projeto em 2004, em 2006, em 2008, em 2010, em 2012, em 2014, 2016, 2018, e continuo fiel a esse projeto e ao governador eleito por nós, João Azevedo. Quem quer romper com João Azevedo, que o faça, mostrando as razões, as divergências políticas. Se não o fizerem, a história cobrará!

    “Dizer a verdade é sempre revolucionário”.

    (Gramsci)

    João Pessoa, 19 de setembro de 2019.

    RONALDO BARBOSA FERREIRA