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  • 21.05.2014 - 17:52

    PSB tira de comissão deputado que hostilizou Xuxa na Câmara


     O líder do PSB na Câmara, deputado federal Beto Albuquerque (RS), informou por nota que o partido destituiu o deputado Pastor Eurico (PE) da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania) da Casa após o parlamentar constranger a apresentadora de TV Xuxa Meneghel nesta quarta-feira (21).

    Xuxa esteve na sessão da comissão que discutia um projeto de lei que protege crianças e adolescentes de castigos físicos, conhecido como "Lei da Palmada". O deputado Pastor Eurico acabou ofendendo Xuxa ao mencionar um filme do qual a apresentadora teria  participado.

    "Essa conhecida rainha dos baixinhos que no ano de 82 provocou a maior violência contra as crianças em filme pornô", afirmou o deputado durante a sessão da CCJ. O deputado pastor se referiu ao filme, considerado erótico, "Amor estranho amor", de 1982, em que Xuxa contracena com um garoto de 12 anos.

    A apresentadora, que estava sentada à mesa da comissão como convidada, não pode responder ao deputado, mas fez um gesto de coração com as mãos. Apenas membros da CCJ  têm direito à fala em reuniões ordinárias da comissão.

    Segundo o PSB, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) irá assumir a vaga do deputado Pastor Eurico na CCJ. "A decisão foi tomada em função da postura adotada pelo parlamentar [...] na qual o mesmo se pronunciou de forma intolerante, desrespeitosa e desnecessariamente agressiva em relação a Sra. Xuxa Meneghel", diz trecho da nota.

    A sessão da CCJ foi convocada para votar o projeto e lei e Xuxa foi convidada para participar da sessão porque é uma das defensoras da proposta.

    Apoio

    Após ser hostilizada, Xuxa recebeu o apoio de vários parlamentares presentes na reunião. O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), que compõe a bancada evangélica,  disse que a postura do deputado Pastor Eurico não representa o grupo.

    "Gostaria de deixar claro que essa é a opinião dele [Pastor Eurico] não é posição da bancada evangélica", disse.

    O projeto de lei já foi aprovado em uma comissão especial há dois anos e precisa ter o aval da CCJ para ser enviado para análise do Senado. Após o episódio envolvendo Xuxa, deputados a favor do projeto e a bancada evangélica bateram boca sobre a proposta.

    O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) foi chamado e sugeriu que a reunião fosse adiada, o que ocorreu.

    Xuxa deixou a Câmara sem dar entrevistas.

    Mais tarde a apresentadora retornou à Casa para participar de um ato que destaca o "Disque 100", o número denúncia de abuso sexual infantil. "Eu sofri abuso sexual e foi mais de uma vez quando era criança. Naquela época não existia o 'Disque 100'. Proteger nossas crianças é uma das coisas mais importantes na nossa vida", disse Xuxa no ato. 

     

    Bruna Borges
    Do UOL, em Brasília

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