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Notícia > Política

  • 16.06.2021 - 07:23

    Os que chutam Campina - por Marcos Marinho


    Vergonhosamente, via de regra - com  honrosas e raríssimas exceções - políticos forjados em Campina Grande sempre dão as costas para a cidade, embora continuem dela dependendo na hora de contar votos para manutenção dos seus status.

    O mais recente caso a surpreender incautos é o de Veneziano Vital do Rego (MDB), que ao ver-se flagrado tomando vacina contra a COVID-19 em Cabedelo acabou retirando a máscara que, no seu caso, há anos é inerente ao corpo.

    O ex-cabeludo confessou ser agora homem da beira do mar, com mansão na praia de Camboinha onde a água de coco sempre será mais gostosa que aquelas fétidas do Açude Velho...

    O pai de Veneziano, Antonio Vital do Rego, encabeça o rol das exceções e foi quase tudo na política mas nunca mudou domicílio residencial, tendo o seu lar-doce-lar na rua João Moura como templo inamovível do seu histórico de vida.   

    Outro apaixonado de Campina, o tribuno Raymundo Asfóra, sequer se dava ao direito eventual - mesmo em campanhas com comícios varando a madrugada - de dormir em João Pessoa. O Sol até podia raiar, mas só cerrava os olhos quando a porteira da Granja Uirapuru na beirada de Bodocongó lhe fosse aberta para o repouso sagrado.

    Aluízio Afonso Campos é outro exemplo a ser inserido nas exceções. Tinha apartamento na badalada Vieira Souto, ponto nobre do Rio de Janeiro, mas por lá periodicamente só ficava quando ia cumprir compromissos profissionais, e isto para não ter de pagar hotel. Quando deputado federal, praticamente toda semana voltava para seu refúgio no Ligeiro, nas terras que deixou como herança para a Universidade Estadual da Paraíba.

    O contrário disso ocorre com Cássio Cunha Lima, que até a Granja Santana (morada oficial do governador do Estado) recusou quando se tornou gestor do Estado e preferiu comprar suntuoso apartamento de cobertura, em bairro nobre, d’onde as fugidas para a night por helicóptero jamais poderiam despertar curiosidade dos súditos... Ainda hoje, as preferencias de moradia do ‘menino de Ronaldo’ continuam sendo Brasília, Rio de Janeirto e João Pessoa.

    Até doutor Damião e a sua excelentíssima consorte, a doutora Vice-governadora Lígia Feliciano, cederam aos encantos da Capital paraibana e moram na praia do Bessa. Campina Grande, porque o protocolo exige, só em visitas oficiais...

    Ney Suassuna, nem falar. É da Barra da Tijuca e ces’t fini… Em comum com Campina Grande, infelizmente, só a data de nascimento – 11 de outubro.

    Aguinaldo Ribeiro e a mana Daniella nem de morada em Campina precisam, pois se abrigam na granja do pai em Lagoa Seca quando há a necessidade de ficarem um tempinho a mais por estas acolhedoras e teimosas paragens.

    Menos cotados como Wellington Roberto & Filhos, Ricardo Barbosa, Pedro Cunha Lima e outros, parecem mesmo se sentirem desconfortáveis quando a agenda lhes obriga a respirar os ares da Borborema.

    Lamenta-se, pois, que essa espécie de forasteiros enrustidos ainda encontre abraço do povo da cidade que abandonam assim, como cachorro em fim de vida jogado à própria sorte, mas ainda desse mesmo povo se socorre na hora em que chegam para trocar dinheiro sujo por voto na calada das noites frias do Beco do Califon, do Buraco da Gia, do baixo Pedregal...  

    Poderiam estes, pelo menos, fazer como fazia Ronaldo Cunha Lima, que mesmo doente nunca cedeu aos caprichos da mulher e dos filhos para largar a casa que era dele na Agamenom Magalhães, no aprazível Alto Branco onde tinha a imensa alegria de receber amigos e eleitores, mais das vezes com todos dividindo uma bicada da melhor cachaça da região.

    Fico por aqui...