Página inicial

Notícia > Brasil

  • 08.09.2014 - 10:10

    Marina diz que PT e PSDB se uniram e fazem "campanha desleal" contra ela


     A candidata à Presidência da Republica Marina Silva (PSB) criticou o PT e o PSDB e afirmou que os dois partidos estão unidos contra a candidatura dela. Além disso, Marina disse que as duas siglas estão promovendo uma ""campanha desleal, que afronta a inteligência da sociedade brasileira", contra ela.

    "Há uma central de boatos espalhada pelos dois candidatos que estranhamente se unem para desconstruir nosso projeto político", disparou Marina em entrevista coletiva, enfatizando o uso de redes sociais como instrumento para isso.

    Antes da entrevista, Marina leu um manifesto em comemoração ao Dia da Independência. Segundo o documento, as duas siglas não se conformam em ver sua bem treinada e confortável polarização quebrada pela primeira vez em décadas".

    "Tanto representamos a mudança que a sociedade brasileira está assistindo um degradante espetáculo político inédito: PT e PSDB irmanados na determinação de nos destruir, não importam os meios. Desde o falso respeito e admiração no início da campanha até os ataques caluniosos diretamente proferidos pela nossa adversária do PT [a presidente e candidata petista a reeleição Dilma Rousseff] em sua propaganda na TV e a impressionante mobilização de exército de propagadores de calúnias, mentiras e distorções nas redes sociais”, diz o manifesto.

    Marina está poucos pontos atrás da líder Dilma na corrida eleitoral, de acordo com as pesquisas dos dois principais institutos, divulgados na última semana. Segundo Datafolha, Marina tem 34% das intenções de voto e a petista, 35%. O mineiro Aécio Neves (PSDB) tem 14%.

    O Ibope aponta que Dilma tem 37% e a ex-senadora tem 33%. Aécio aparece com 15%. Em ambos levantamentos, Marina derrotaria a petista em um eventual segundo turno.

    Economia

    Marina afirmou que as metas de seu programa de governo relacionadas à economia são claras e que o mais importante é o Brasil recuperar a credibilidade, "sem o que não adiantará números".

    "Temos um programa, acho que não existe nada mais genérico do que ter apenas um conjunto de pontos e diretrizes básicas como têm Aécio Neves e Dilma Rousseff, que até agora não apresentaram programa".

    Marina é a única dos três principais candidatos na corrida presidencial a já ter apresentado programa de governo, com a promessa de recuperar o tripé macroeconômico formado por meta de inflação, superávit primário e câmbio flutuante. O documento, porém, não esmiúça esses pontos.

    Leia também: PT insinua que Marina vai enfraquecer Caixa e BB para depois privatizá-los

    "Estamos comprometidos com a responsabilidade fiscal, estamos comprometidos com a autonomia do Banco Central e a nossa meta mais importante é recuperar a credibilidade do Brasil, sem o que não adiantará números, não adiantará cadernos que estejam anotados uma grande quantidade de números para poder recitá-los nos debates", afirmou Marina a jornalistas no comitê de campanha em São Paulo.

    Pré-sal

    A candidata, que tem sido criticada por praticamente não mencionar o pré-sal em seu programa, voltou a defender a exploração do petróleo "com responsabilidade e competência".

    "As riquezas daí oriundas garantirão projetos estratégicos para o país, viabilizando significativos investimentos em Saúde e Educação", disse Marina em pronunciamento antes das perguntas dos jornalistas.

    "Enquanto essa mentira [sobre o pré-sal] é alardeada por todos os meios, a Petrobras é destruída pelo uso político, o apadrinhamento e a corrupção", afirmou.

    Leia mais: Ex-diretor da Petrobras cita ministro e até Eduardo Campos em lista de propina

    O vice de Marina, Beto Albuquerque, disse que o PSB já solicitou acesso ao processo da Polícia Federal que investiga a suposta participação de dezenas de políticos em caso de corrupção na Petrobras.

    Segundo reportagem da revista Veja desta semana, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa teria citado dezenas de parlamentares da base aliada do governo, um ministro e três governadores como envolvidos num suposto esquema de corrupção na estatal.

    Costa teria citado em depoimento à Polícia Federal o nome de Eduardo Campos, que encabeçava a chapa do PSB à Presidência antes de morrer num acidente de avião em agosto.

    "Estamos atrás da verdade dos fatos. A matéria da Veja cita o nome do Eduardo. Acho muito ruim que se cite o nome de uma pessoa sem ligar ele a nada ou alguma coisa e todos passarem a dizer que ele esta provavelmente envolvido em alguma coisa... Ele morreu por uma fatalidade e não deixaremos que ele morra politicamente por uma leviandade", disse Albuquerque.