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  • 19.03.2019 - 14:00

    Liberdade e prosperidade: Trump recebe Bolsonaro na Casa Branca


    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta terça-feira (19) um de seus mais ardorosos admiradores: o presidente Jair Bolsonaro, conhecido fora do Brasil como o "Trump dos Trópicos", com quem espera inaugurar uma nova aliança.

    "Esta é uma oportunidade potencialmente histórica para redirecionar as relações entre nossos dois países, as duas maiores democracias do hemisfério ocidental", disse aos repórteres o assessor de Segurança Nacional de Trump, John Bolton.

    Os dois, populistas de direita e extrema direita conhecidos por sua retórica polêmica, tuiteiros compulsivos e com sintonia em temas que vão do comércio à segurança, se reuniram ao meio-dia para um aperto de mãos no Salão Oval, um almoço de trabalho e uma entrevista coletiva conjunta nos jardins da Casa Branca.

    "É o começo de uma associação centrada na liberdade e na prosperidade", tuitou Bolsonaro, ao começar a viagem no domingo.

    Em uma entrevista para a Fox News - canal de televisão ligado a Trump -, Bolsonaro disse que tem muito em comum com seu colega americano.

    "Eu sempre o admirei. Não vou negar isso. Fui muito criticado por causa disso, mas obviamente não negarei o que penso. Não sou um camaleão."

    Para os Estados Unidos, o encontro é uma oportunidade histórica de firmar o vínculo com o Brasil, disse o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton.

    "Embora tenhamos tentado estar perto do Brasil ao longo dos anos, foi difícil em administrações anteriores", declarou ele à TV Globo, prometendo responder à promessa de Bolsonaro de se aproximar de Washington, especialmente depois dos recentes governos de esquerda.

    ‘Os EUA estão contigo!‘ 

    A Casa Branca antecipou um relançamento das relações bilaterais desde a eleição de Bolsonaro em outubro passado. E, para isso, aposta na relação pessoal entre ambos.

    "Os dois vão se dar muito bem", garantiu Bolton, que visitou o Brasil para se reunir com Bolsonaro em novembro.

    Trump não hesitou em confirmar seu apoio minutos após a posse de Bolsonaro em 1º de janeiro: "Os Estados Unidos estão contigo!", tuitou.

    "Realmente haverá um eixo Norte-Sul das duas maiores economias do hemisfério ocidental", disse à imprensa um funcionário de alto escalão do governo Trump, para quem a vitória de Bolsonaro "rompeu muitos tabus" sobre a influência dos Estados Unidos na região e na esquerda.

    "Vou abrir meu coração"

    Bolsonaro disse que a conversa entre ambos se baseará, em grande medida, no processo de ajuda mútua.

    "Temos muito em comum", disse Bolsonaro na segunda-feira à noite à rede Fox News.

    "Estou disposto a abrir meu coração para ele e fazer o que for em benefício tantos dos brasileiros como dos americanos", afirmou.

    O Brasil deseja ingressar na OCDE, um clube de ricas democracias. E Washington fará todo o possível para ajudar, disse esse funcionário do governo americano, que pediu para não ser identificado.

    Segundo a imprensa local, os Estados Unidos também poderão conceder ao Brasil o status de "aliado preferencial fora da Otan". Isso abriria as portas para tecnologia, cooperação e recursos de defesa.

    Além das novidades esperadas no plano agrícola e comercial, "a Venezuela certamente será parte da discussão", em particular pelo bom vínculo entre os militares venezuelanos e brasileiros, disse a mesma fonte ouvida pela AFP.

    A crise venezuelana também estará no centro da agenda, quando Bolsonaro se reunir, nesta terça, com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.