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  • 07.09.2014 - 03:29

    Iraque aprova projeto de Obama contra o Estado Islâmico


     O projeto do presidente Barack Obama de criar uma coalizão internacional contra os jihadistas do Estado Islâmico constitui uma forte mensagem de apoio ao Iraque, declarou neste sábado (6) o ministro das Relações Exteriores iraquiano.

    "Acolhemos favoravelmente o projeto", declarou à AFP Hoshyar Zebari, acrescentando que seu país pediu em várias ocasiões a seus aliados internacionais que ajudassem a fazer frente à ameaça jihadistas, não apenas para os povos do Iraque e da região, como também para a Europa, Estados Unidos e os países da Otan".

    "O combate é nosso, mas precisamos de apoio porque nossa capacidade é limitada", admitiu.

    Os Estados Unidos pediram na sexta-feira a nove de seus aliados a criação, antes da realização da Assembleia Geral das Nações Unidas no fim de setembro, de uma coalizão internacional para destruir o Estado Islâmico (EI).

    "Não devemos perder tempo para criar uma coalizão internacional para destruir a ameaça que o EI significa", afirmaram o secretário de Estado americano, John Kerry, e o secretário de Defesa, Chuck Hagel, em um comunicado conjunto.

    Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha organizaram na manhã de sexta-feira, à margem da cúpula da Otan, uma reunião na qual participaram os ministros das Relações Exteriores de Alemanha, Austrália, Canadá, Dinamarca, França, Itália, Polônia e Turquia.

    "Estamos convencidos de que, nos próximos dias, teremos a capacidade para destruir o EI", disse Kerry durante o encontro.

    Os Estados Unidos bombardeiam desde o início de agosto o norte do Iraque para frear o avanço do EI e permitir às tropas curdas e iraquianas avançar em terra.

    "Temos que atacá-los para que sejam impedidos de tomar territórios, para reforçar a capacidade das forças iraquianas, de outros na região que estão preparados para enfrentá-los, sem comprometer tropas nossas, obviamente", disse Kerry.

    "Esta é a linha vermelha para todos, não haverá soldados em terra", declarou, acrescentando que havia muitas formas de ajudar, "treinando, aconselhando, ajudando e equipando".

    Para que se torne efetiva, a coalizão, indica o comunicado, deve coordenar múltiplos aspectos: um apoio militar às Forças Armadas iraquianas, frear o fluxo de combatentes estrangeiros, contra-atacar o financiamento do EI, enviar ajuda humanitária e deslegitimar a ideologia do EI.

    "O presidente Barack Obama está totalmente comprometido, há uma estratégia que a cada dia é mais clara", sustentou Kerry.

    Esta estratégia global inclui a entrega de armas aos combatentes curdos, na linha de frente na batalha com os militantes do Estado Islâmico no norte do Iraque.

    Estados Unidos, França e Itália já entregam armas. A Grã-Bretanha ainda não decidiu. A Alemanha, em uma guinada radical de sua política de não intervir no exterior, decidiu entregar 30 sistemas de mísseis antitanque, 16.000 fuzis de assalto e 8.000 pistolas.

     

    Entenda a violência no Iraque
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      O que está acontecendo?
      Desde que as tropas americanas saíram do Iraque, em 2011, o grupo islâmico EI vem rapidamente ocupando cidades do país. Desde junho, já tomou Mosul, segunda maior cidade e bastião da resistência à ocupação dos EUA e aliados, e partes de Tikrit, cidade de Saddam Hussein próxima da capital Bagdá
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      Quem está atacando?
      O EI (Estado Islâmico), um grupo islamita sunita que surgiu da união de diversos grupos que lutaram contra a ocupação do Iraque pelos EUA e que recentemente criou um califado nas áreas sob o seu controle no Iraque e no Levante (parte de Síria e Líbano). Seu principal líder foi Al-Zarqawi, morto em 2006. Hoje a liderança tem vários nomes, mas o principal é Al-Baghdadi
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      O que é um califado?
      É uma forma de governo centrada na figura do califa, que seria um sucessor da autoridade política do profeta Maomé, com atribuições de chefe de Estado e líder político do mundo islâmico. O Estado, que seguiria rigorosamente a lei do Islã, compreenderia a região entre o mar Mediterrâneo e o rio Tigre
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      Qual a força do EI?
      O grupo, que recebe grandes doações ocultas de dinheiro, tem milhares de militantes, inclusive "jihadistas" americanos e europeus, e se aproveita da disputa entre o governo de Maliki, apoiado pelos xiitas, e a minoria sunita para conquistar espaço. Acredita-se que seja patrocinado por governos da região. Embora seja considerado um braço da Al-Qaeda, se rebelou e foi expulso pelo líder Al-Zawahiri
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      Quem está na mira do EI?
      Cerca de 50 mil membros da minoria yazidi, que estão isolados em montanhas no noroeste do Iraque, sem comida nem água, depois de terem fugido de suas casas, e cristãos, que chegaram a ser crucificados. Mulheres tem sido forçadas a se submeter à mutilação genital e usar véus cobrindo o corpo inteiro
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      O Iraque pode se dividir?
      Apesar de o governo central de Bagdá ainda controlar oficialmente as províncias do país, é possível que haja a fragmentação em ao menos três territórios. Isso porque a divisão do Iraque entre árabes sunitas, xiitas e curdos já está bem avançada

    Arte/UOL

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