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Notícia > Política

  • 09.07.2019 - 09:33

    Investigações policiais desnudam a classe política, mas também revelam o submundo do jornalismo


    As investigações policiais que desnudaram esquemas escabrosos de corrupção patrocinados por políticos e também por personalidades da iniciativa privada não pouparam as vestais da imprensa paraibana arrastando para a lama do descrédito reputados defensores da moralidade, arautos dos bons costumes, surpreendidos em “tenebrosas transações” a mostrar que, entre o discurso e a prática há um universo de imoralidades.

    Figuras que ocupam os microfones e as câmeras para vociferar contra a falta de pudor de políticos e empresários, que alardeiam com indignação os crimes alheios, e cobram lisura em todos os procedimentos, estão sendo pegos com a mão na cumbuca, vomitando o discurso hipócrita com o qual ocupam os ouvidos da população, muitos deles de olho em mandatos e cargos públicos.

    Operações policiais dos mais diversos matizes escancararam o envolvimento desses defensores da moralidade delatados e arrojados no charco dos envolvimentos a cobrar propina e a extorquir criminosos para não dar publicidade às atrocidades cometidas com o dinheiro público.

    São negociatas das mais indecentes respaldadas por veículos de comunicação que abrem suas portas para essa atividade criminosa jogando na latrina tudo o que é código de ética de uma profissão que tem por princípio o compromisso com a verdade.

    O que revelaram delatores as autoridades policiais mostra como o mercado da comunicação está infestado de bandidos da maior periculosidade e de como as concessões públicas desses veículos devem ser revistas para tolher e impedir que celerados continuem fazendo da chantagem e da extorsão meio de vida.

    Os criminosos apontados pela delação agem como verdadeiros urubus em torno da carniça moral que as investigações abatem e dela se nutrem com tamanha desfaçatez que sequer se preocupam em salvar as aparências trocando insultos e ameaças publicamente através dos microfones das empresas para quem trabalham sem que as mesmas tomem qualquer iniciativa para tolher esse festival de abusos e de indecência.

    No mesmo diapasão, as entidades de classe, os sindicatos e associações passivos e coniventes com essa corja sem que se manifestem e sem que abram processos para cobrar responsabilidades e aplicar punições para expulsar da atividade esses sepulcros caiados a prosperar com os “couros de rato” que conseguem extrair desse comércio criminoso mantido com o dinheiro público como tem revelado sobejamente as investigações policiais a cada interrogatório.

    As principais emissoras estiveram envolvidas nessa atividade escandalosa onde todos os princípios éticos e morais foram estuprados e nenhum pudor restou como evidenciam as trocas de impropérios e as acusações deprimentes, que áudios estampam nas redes sociais, mostrando a que nível desceu a canalha da radiofonia paraibana.

    É preciso que se crie um Conselho de Ética para coibir esses crimes e afastar do meio,

    essas quadrilhas montadas com o objetivo de extorquir e chantagear.

    Com a Palavra sindicatos, entidades e associações. 

    (jampanews)