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  • 25.07.2014 - 18:08

    Foto símbolo de prisão de ativistas foi pivô para denúncia de traída no Rio


     Uma foto que em outubro de 2013 foi símbolo dos manifestantes do Rio de Janeiro contra detenções realizadas pela Polícia Militar durante os protestos na cidade mostra Elisa Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, e seu namorado, Luiz Carlos Rendeiro Júnior, o Game Over, em um abraço de despedida.

    O relacionamento dos dois acabou ajudando a Polícia Civil a apurar como agia o grupo que, segundo a corporação, seria responsável pelo comando dos protestos violentos que ocorreram no Rio a partir de junho de 2013.

    Quando Sininho foi presa em flagrante em outubro do ano passado, acusada por depredações, o rapaz apareceu, em fotografias, abraçando-a.

    Sininho, chorosa, estava em um ônibus cheio de detidos. Colocou a cabeça e os braços para fora, agarrando-se ao namorado. Ele, do lado de fora, parecia tentar consolá-la.

    No dia 15 de outubro, 201 pessoas foram detidas durante e depois da manifestação em apoio aos professores das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro, que terminou em confrontos entre manifestantes e a polícia. Dessas, 70 foram autuadas com base na nova Lei do Crime Organizado (12.850/2013), entre elas Sininho.

    divulgação massiva da imagem, no entanto, incomodou Anne Josephine, 21, ex-companheira de Game Over, com quem tem um filho de dois anos, de acordo com reportagem do "Estadão Conteúdo". Ela relatou à polícia que Sininho roubou seu companheiro e, por isso, prestou depoimento no dia 11 de junho no qual falou sobre as articulações e os atos praticados pelos mascarados, como a tentativa de incendiar a Câmara de Vereadores.

    Relato

    A estudante contou no depoimento que a rival costumava criticá-la pela atuação nas manifestações. Anne Josephine também contou à polícia que parte dos manifestantes, entre eles Game Over, impediu que Sininho consumasse o plano de atear fogo ao prédio da Câmara, na Cinelândia (centro do Rio), na noite de 7 de outubro passado.

    Reportagem do jornal "O Dia" informa que outro dos delatores do grupo seria o químico Felipe Braz Araújo, ex-líder da FIP (Frente Independente Popular), uma das organizações que mobilizam protestos no Rio de Janeiro. Ele teria sido expulso durante o movimento chamado "Ocupa Câmara". Os advogados dos manifestantes foram procurados pelo UOL nesta sexta-feira (25), mas informaram que nenhum deles pretende dar declarações à imprensa.

    Liberdade

    Sininho, Camila Jourdan e Igor D'Icarahy, três dos cinco ativistas que continuavam presos, deixaram o complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste da capital fluminense, na quinta (24). A soltura dos acusados - denunciados à Justiça e presos preventivamente por supostos atos de violência em manifestações - foi determinada por um habeas corpus deferido pelo desembargador da 7ª Câmara Criminal, Siro Darlan, na quarta-feira (23). Os ativistas liberados não vão poder deixar o Rio sem autorização judicial, têm de entregar passaporte e comparecer uma vez por mês em juízo para justificar suas atividades.

    Outros dois acusados, Fábio Raposo e Caio Silva de Souza, também foram beneficiados com o habeas corpus, mas continuam presos porque são réus em outro processo: o da morte do cinegrafista da "Band" Santiago Andrade. A decisão de Darlan anulou ainda a prisão preventiva de outros 18 ativistas, que eram, até então, considerados foragidos. (Com Estadão Conteúdo)

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