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  • 24.11.2018 - 14:27

    Finalíssima da Libertadores: Boca X River, um clássico que vai parar a Argentia


    Quis o destino, mas com muita competência dos finalistas, que a decisão da Copa Libertadores, a última organizada em duas partidas, colocasse frente a frente River Plate e Boca Juniors, um dos maiores clássicos do mundo, às 18 horas deste sábado, em Buenos Aires. Pela primeira vez o duelo entre os rivais argentinos se dará na final continental e, mesmo jogando em casa e entrando em campo com o empate por 2 a 2 obtido no jogo de ida, o River rejeita qualquer favoritismo.
     

    Para muitos, a partida é simbólica, pois marca o fim da Libertadores "raiz", aquela que para vencer tem de encarar a torcida adversária no campo do inimigo, os erros de arbitragem e até cachorros no campo - cenas da competição disputada na América do Sul. Obviamente o futebol mudou nos últimos anos, mas abrir mão de um mata-mata na final provoca arrepios nos torcedores fanáticos.

    A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) decidiu que no próximo ano a Libertadores será decidida em jogo único, já marcado para o estádio Nacional em Santiago, no Chile. Então, esse confronto entre River Plate e Boca Juniors toma ares nostálgicos também. A Argentina, talvez o país deste continente mais acostumado às greves gerais (só no atual governo foram três), vai parar. Até o presidente Mauricio Macri, que já foi comandante do Boca, abriu vaga na agenda, mas não deverá estar no Monumental.

    O estádio terá 60 mil torcedores, todos a favor do River por questões de segurança - na partida de ida, somente a torcida do Boca foi à Bombonera. Será a primeira vez na história que a final da Libertadores não terá torcida visitante. Sem conseguir solucionar o problema de violência no futebol, a opção foi deixar os visitantes fora, como nos clássicos paulistas.

    As autoridades estão em alerta máximo para evitar problema. O jogo será visto no mundo todo por sua grandeza. Gianni Infantino, presidente da Fifa, já está em Buenos Aires para acompanhar o confronto e mostrar seu apoio ao futebol sul-americano. Ele estará no estádio ao lado de Claudio Tapia, presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA).

    Macri dirigiu o Boca entre 1995 e 2007. O presidente já manifestou sua dificuldade em lidar com a decisão entre os dois clubes mais populares da Argentina. Ele deve evitar o público. Até porque sua popularidade está baixa e ele vem sendo hostilizado nos estádios.

    Se entre os fãs argentinos a efervescência da partida é gigantesca, nos dois times a seriedade falou mais alto. Não houve provocações das partes. No River, o técnico Marcelo Gallardo, que não estará no banco por causa de uma suspensão - o time será comandado pelo auxiliar Matías Biscay -, estipulou a lei do silêncio para que seus jogadores não perdessem o foco.

    Do outro lado, o Boca preferiu sentir o carinho da torcida e lotou a Bombonera para um treino aberto. "Se disser que não estou ansioso, estarei mentindo. É uma partida única e temos a possibilidade de entrar para a história", disse o volante Nández. Outro empate leva a disputa para prorrogação e pênaltis. Com informações do Estadão Conteúdo.