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  • 06.12.2023 - 08:50

    DE VOLTA AO NOTICIÁRIO: MP denuncia Padre Egídio por compra ‘fantasma’ de monitores


    MP apesentou mais uma denúncia contra o padre Egídio MP apesentou mais uma denúncia contra o padre Egídio

    O Ministério Público da Paraíba (MPPB) apresentou à Justiça mais uma denúncia da Operação Indignus, que apura desvios e fraudes na gestão do Hospital Padre Zé e de outras entidades. Na peça, os promotores relataram uma compra ‘fantasma’ de monitores para a unidade hospitalar durante a pandemia. Apesar dos pagamentos, os equipamentos nunca foram entregues. Essa é a segunda denúncia apresentada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do MP sobre as investigações no hospital. No sábado (2), a Justiça havia tirado o sigilo da primeira.

    Estão sendo denunciados o padre e ex-diretor da unidade, Egídio de Carvalho Neto, a ex-tesoureira Amanda Duarte e o empresário João Diógenes Holanda. Um outro empresário, Ironaldo Guimarães, também aparece no relato das supostas fraudes, mas não foi denunciado. Ele firmou um “Acordo de Não Persecução Penal” com o Ministério Público e colaborou com as investigações.

    Conforme a denúncia, em 2021, o Padre Zé firmou um “Termo de Fomento” com a prefeitura de João Pessoa (PMJP) para compra de medicamentos e a aquisição de 38 monitores multiparamétricos.

    “Egídio Neto, juntamente com Amanda Dantas, Diógenes Holanda e Ironaldo Guimarães perpetraram o desvio de recursos públicos destinados à aquisição desses equipamentos, totalizando R$ 363.926,00 (trezentos e sessenta e três mil, novecentos e vinte e seis reais). Para tanto, utilizaram-se de uma nota fiscal ideologicamente falsa, com o objetivo de justificar a transferência do montante a Ironaldo Guimarães, que, de fato, nunca esteve na posse dos equipamentos, tampouco os entregou ao Hospital Padre Zé”, relata a denúncia.

    Os investigadores afirmam que padre Egídio recebeu parte dos recursos desviados em sua conta bancária (R$ 13,7 mil) e “ocultou e/ou dissimulou o produto do seu crime”, dando ordens para que Ironaldo Guimarães transferisse R$ 200 mil para uma construtora, como pagamento de uma parcela de um imóvel que ele havia adquirido, e também R$ 53.333 mil para uma outra empresa, como pagamento de móveis de alto luxo. O religioso também autorizou que Diógenes Holanda recebesse R$ 54,5 mil em espécie de Ironaldo Guimarães.

    As supostas transações, contudo, teriam sido ‘maquiadas’ com a apresentação de uma nota fiscal falsa para burlar a prestação de contas à prefeitura de João Pessoa.

    Na denúncia, Egídio é enquadrado para responder por peculato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Já Amanda, é denunciada por peculato. No caso de João Diógenes, ele também é denunciado pela prática de peculato.

    Posicionamentos dos citados

    Egídio de Carvalho Neto, Amanda Duarte e Jannyne Dantas tiveram mandados de prisão expedidos — Foto: Reprodução

    A defesa da ex-tesoureira Amanda Duarte informou que ainda analisa a denúncia e, somente após isso, irá divulgar um posicionamento.

    Já o advogado Rawlinson Ferraz, que faz a defesa do padre Egídio, afirmou em nota que “a defesa técnica de Padre Egídio segue firme em fazer valer a garantia constitucional maior de um Estado democrático, a presunção de inocência e da não-culpabilidade. Nessa toada, agora, sob o crivo do contraditório, continuaremos diuturnamente a defesa intransigente do nosso cliente”.

    A defesa do empresário João Diógenes não foi localizada pelo g1 para obter um posicionamento acerca da denúncia.

    Primeira denúncia

    Na primeira denúncia feita pelo Ministério Público, o MP acusa o padre Egídio e duas ex-diretoras de fraudes na compra e aluguel de um veículo Spin, que foi adquirido pelo instituto Padre Zé e foi colocado no nome de Jannyne Dantas.

    O MP relata fraudes na compra de um veículo Spin por R$ 122 mil no início de 2022. O carro, conforme os investigadores, foi adquirido pelo instituto Padre Zé e colocado no nome de Jannyne Dantas. De acordo com o Gaeco o veículo era utilizado, no entanto, para fins particulares da ex-diretora.

    Ainda conforme a denúncia, os investigados ainda alugaram o carro ao próprio Instituto Padre Zé, pagando a quantia mensal a Jannyne de R$ 3,5 mil.

    Nesse caso, a defesa de padre Egídio disse que a defesa continua resiliente na tentativa de obter a liberdade do religioso e que provará a inocência do mesmo. Já os advogados das ex-diretoras afirmam que rejeitam vigorosamente a denúncia.

    G1 Paraíba