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  • 26.06.2013 - 09:30

    Ciência tenda entender \'corpos invertidos\'


    Um dia, em 1788, alunos da Escola de Medicina Hunterian, em Londres, abriram um cadáver e descobriram algo surpreendente. A anatomia do morto era uma imagem espelhada da que seria normal. Seu fígado ficava no lado esquerdo, e não no direito. Seu coração tinha batido no lado direito, em vez do esquerdo. Os estudantes nunca tinham visto nada assim, e foram correndo procurar o seu professor, o físico escocês Matthew Baillie, que ficou tão impressionado quanto eles.

    "Encontrar algo assim é extraordinário e raro mesmo para os mais renomados anatomistas", escreveu ele mais tarde.

    O relatório de Baillie foi a primeira descrição detalhada dessa condição, que passou a ser conhecida como "situs inversus" e parece ocorrer em cerca de uma em cada 20 mil pessoas. Baillie argumentou que se os médicos conseguissem entender o funcionamento dessa doença, talvez pudessem compreender como o nosso corpo normalmente distingue o lado direito do esquerdo.

    Mais de dois séculos depois, o mistério da esquerda e direita ainda cativa os cientistas. "Eu sei e você sabe qual a diferença entre a esquerda e a direita, mas como é que o embrião aprende a distingui-las?", perguntou Dominic P. Norris, biólogo desenvolvimentista do Conselho de Pesquisa Médica, de Harwell, Inglaterra. Agora, Norris e outros cientistas estão começando a responder a essa pergunta.

    Eles já explicitaram alguns dos passos pelos quais os órgãos dos embriões se desenvolvem à esquerda ou à direita. E a pesquisa que eles têm realizado pode fazer bem mais do que simplesmente resolver um antigo quebra-cabeça