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  • A seca de três anos

    29/10/2013

     Registra-se como a última seca de 3 anos, no século XIX, a que se instalou no Nordeste de 1876/78. As dificuldades de comunicação da época concorreram para a morte de milhares de nordestinos: de sede, fome e endemias. Em face do fenômeno cruento, o Imperador Pedro II ameaçou vender a última jóia da coroa, contanto que nenhum brasileiro morresse à falta de socorro alimentar e de remédios para os males tropicais. No Ceará e adjacências, quando a população era, ainda, pequena faleceram 500 mil pessoas, por enfraquecimento, desnutrição e doenças oportunistas.

    Um grupo de Engenheiros foram remetidos pelo Império, para a zona conflagrada. Sob a supervisão dos técnicos foram cavados poços, construídos reservatórios, rodovias e estradas de ferro. O possível foi feito para aliviar o sofrimento dos moradores da região conflagrada. Porém, só em 1909 fora criada a Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS) que cuidaria de minimizar os problemas oriundos das secas intermitentes.

    No governo de Epitácio Pessoa (1918/22) foi atacada a grande açudagem, para armazenar água de beber, por um período mais longo de estiagem. No século XX o Nordeste conviveu com a seca que começou em 1930 e teve seu ápice em 1932. No inicio do ano fatídico, a comitiva que regressava do Ceará, naufragou em águas de Salvador-BA, deixando no fundo mar o Interventor Antenor Navarro, uma promessa de futuro da Paraíba. Salvou-se José Américo, por intercessão de sua madrinha Nossa Senhora da Conceição, que lhe poupou a vida para que continuasse em sua trajetória em prol dos desvalidos sertanejos.

    As causas das secas são conhecidas e naturais, com proporções planetárias, quando se prolonga com enormes prejuízos para os humanos e a agropecuária. O que assusta é que a escassez da invernia não isenta regiões, e o Brejo é tão sedento quanto o Sertão, o Cariri e o Curimataú.

    O que a Nação tem despendido com o Serviço de Emergência, a cada flagelo, seria suficiente para trazer o socorro hídrico do Tocantins-São Francisco, para todo o Nordeste, sem deixar de fora do auxilio hídrico nenhum reservatório ou lugar. São passados 136 anos da proclamação real e o cenário é o mesmo, nada mudou. Estamos ameaçados de convivermos com mais um período de 3 anos (2012/14),sem chuva, o que será uma hecatombe, por via do alto número de vítimas


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