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  • 10 DE JANEIRO DE 1887

    19/01/2015

     O calendário que anuncia as datas, inseriu na lista das memoráveis, o 10.01.1887, com o registro do nascimento de José Américo de Almeida, na manhã daquele dia. Sob a regência da Constelação do zodíaco do Capricórnio, há 128 anos chegou ao Engenho Olho d’Agua, em Areia o bebê predestinado a grandes feitos.

    Excessivamente míope ganhara (em criança), o apelido de “cego”, que não o impediu de sendo deficiente visual, ter sido o maior vidente da Paraíba. Na constância de uma vida plena e abençoada, em decorrência do “regime alimentar e da dieta moral”, defrontara-se com missões impactantes que lhe conferiram destaque nacional.

    Momentos especiais figuram no currículo de JA. O 1º relaciona-se com o lançamento de A PARAIBA E SEUS PROBLEMAS, em 1922, considerada um tratado de sociologia regional. A BAGACEIRA, em 1928, que assinala o início do processo de conscientização das desigualdades sociais, esquecidas ou ignoradas até então pelos escritores brasileiros. O 2º tem por tema o governo do Presidente João Pessoa e a guerra de Princesa. O 3º é inerente à chefia civil da Revolução de 1930, no Norte e Nordeste, quando escolheu e nomeou interventores. O 4º está ligado ao MVOP do governo Provisório, em que enfrentou uma seca e dois anos e feriu a face da terra para fazer reservatórios e armazenar água das chuvas. O 5º e de maior destaque político diz respeito à sua candidatura à Presidência da República, em 1937, vitória abortada pelo golpe do mesmo ano. O seu mais consagrado papel, atribui-se à redemocratização de 1945, quando de sua entrevista a Carlos Lacerda, que enfraqueceu a ditadura e dai para a redemocratização foi um passo. Porém, na lista das benemerências o que o comovia era ter sido governador da Paraíba e com sacrifício, ao lado de amigos leais, ter criado Escolas de Ensino Superior para que estudantes pobres tivessem um futuro promissor!...

    Podia-se citar outras situações, como a ABL, APL, medalhas e condecorações, Nada suplantava a criação da Escola de Agronomia do Nordeste (1936) e a Universidade Federal da Paraiba (1956), que foram ao encontro de interesses da sociedade paraibana. Ter saído da política de mãos limpas, de conduta inatacável, é motivo de orgulho para os paraibanos de mente sã. Feliz do Estado que tem um homem público com o passado de José Américo. Foi esse pretérito preservado, que mereceu de Tristão de Athayde a imaculada sentença: “José Américo representou em nossa História a primazia do caráter, da honradez e da bravura que marcam a presença do homem carismático.” Deus o tenha na sua gloria.
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    Lourdinha Luna é membro da Academia de Letras de Areia


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