Página inicial


  • Balanço geral

    08/10/2013

     No próximo domingo chego aos setenta anos de vida. Quando meu pai se foi aos sessenta e dois, pensei que seguiria seu exemplo. Minha apreensão não se confirmou. Ultrapassei aquela barreira não hereditária e estou aqui, cheio de charme, como mandei dizer a Goretti Zenaide, na resposta às suas ”Confidências”. Com saúde, na esperança de ainda seguir em frente por um bom tempo, resolvi dar uma olhada para trás e ver se esqueci de alguma coisa. Mas confesso que, de repente, fiquei velho, quando minha mãe me deixou. Ninguém mais me chama de menino...

    De origem humilde, filho de um servidor publico estadual que tinha a política no sangue,herdei parte desse sangue, mas dificilmente conseguiria chegar ao político nato que foi o seu Arlindo, de Borborema. Eleito deputado em várias legislaturas, deixei na Assembleia a marca da minha passagem em projetos  que se transformaram em leis beneficiando milhares, como no caso da equiparação das pensões das viúvas, pensionistas  do IPEP. Voltei-me para a educação e deixei colégios estaduais instalados em Solânea, Borborema, Serraria, Pirpirituba e Dona Ines, todos nascidos da minha iniciativa como parlamentar.

    Cheguei à Câmara dos Deputados e de lá, nomeado por Itamar Franco, fui ser Diretor do Banco do Nordeste. No meu período, deixei a Paraíba em terceiro lugar no nordeste, em investimentos do Fundo de Desenvolvimento-FNE. Não houve cooperativa paraibana ou projeto da terrinha que deixasse de ser aprovado. E com muita luta minha, diga-se de passagem,  para vencer os cearenses que queriam tudo e só deixavam escapar um pouquinho para nós. Pena que algumas cooperativas tenham desviado recursos e os projetos deixassem de alcançar, em sua integralidade, os objetivos previstos.

    Troquei a vida do parlamento pela de executivo. Voltei à  Assembleia como Secretário Executivo durante a gestão de Nominando Diniz. Instalei escritório de advocacia e quando começava a estabelecer uma clientela  considerável, fui chamado para o governo e assumi a Secretaria de Controle da Despesa Publica. Antes, passara pelo Instituto de Previdência do Município de João Pessoa e pela Secretaria de Administração, sob a gestão de Chico Franca. Foi um retorno depois de vinte anos, pois ali estivera quando Dorgival Terceiro Neto era o prefeito. A saída  de Cassio Cunha Lima do governo, me encontrou na Presidência da PBprev.

    No atual governo, estive à frente do jornal A União e depois na Fundação de Ação Comunitária. Por onde passei, deixei a marca do meu trabalho, mas, sobretudo, deixei uma legião de amigos em cada posto, e ainda hoje, fazem festa quando apareço para um cafezinho.

    Em todos esses cargos fui ordenador de despesa, inclusive na Assembleia, onde exerci a primeira secretaria. Em todos, sem exceção, recebi a aprovação das contas prestadas, sem restrição ou aplicação de qualquer multa ou censura pública. Levei dez anos para receber quitação total de minhas contas no BNB, até que a recebi,  do Tribunal de Contas da União e do Banco Central.

    Esta semana os partidos políticos estão fechando seus quadros e exercitando a portabilidade, no mesmo estilo das telefonias. Recebi muitos convites para trocar de bandeira e ser candidato novamente a um cargo eletivo. Para quem começou na Arena e terminou no Partido Comunista (PPS) minha carreira já está de bom tamanho. No próximo ano completo cinquenta anos de minha eleição para vereador em Borborema. Minha dificuldade em tentar voltar é a absoluta falta de recursos financeiros para enfrentar uma campanha nos moldes atuais. Completo, porém, “cinquenta anos de ficha limpa”. Será que esse slogan serve para alguma coisa?  


    Voltar