Página inicial


  • O fim e o início

    09/06/2017

     A senadora Gleisi Hoffmann é a nova presidenta do PT. A primeira mulher a ocupar o cargo em mais de três décadas de fundação. Um avanço fantástico por ser uma mulher da luta. Apoiada pelo agrupamento CNB, por 367 votos (61%) dos 593 delegados credenciados. Outros mais poderiam ter ido. Como se diz na Paraíba, macabra boa impede delegados que construíram o PT na Terra do Nego, impedidos de pousar em Santa Rita; imagina em Brasília. Uma exclusão inaceitável.

     Não há como negar, o senador Lindbergh Farias, apoiado pelo Muda PT, com 226 votos (38%), não perde, ganha o partido na discussão sobre as reais e urgentes mudanças na postura acanhada, sempre a reboque dos movimentos sociais. Um medo profundo de sentir, como em outras épocas, o cheiro do povo, o perfume Alert Limão, que volta também com a crise profunda quem vem jogando o país na sarjeta, pelo Usurpador Temer.

    No pacote, a senadora Gleisi, Lula também sabe disso, resgatar os princípios básicos que nortearam a criação do Partido, que ao longo de décadas se burocratizou. Pela contaminação eleitoral e outros rumos, que fizeram com que um dos partidos de trabalhadores mais importantes das Américas, ao invés do aprofundamento da democracia interna, da formação política da militância para o combate ininterrupto contra os avanços das elites do preconceito e exclusão, rastejou em vários momentos cruciais, como no balão de ensaio que foi o Mensalão, o início do golpe para destruir o PT e a esquerda mais aguerrida.

    O juiz fascista Moro do Paraná sucedeu a Joaquim Barbosa, um dos dez, nota zero, ministros do Supremo indicado pelo PT, que até hoje se comportam, no mesmo prédio suntuoso, no mesmo endereço, mais silencioso que um retiro no Tibet. Usando essências das mais variadas, acendidas todos os dias, com as páginas rasgadas da Constituição esfacelada, combalida, prostituída nos nossos paus das ventas. Por não aparecermos por lá, quebrando com os nossos gritos de amor o silêncio assustador dos ministros/as no apoio ao golpe, contra a democracia, contra o Estado de Direito. Precisamos gritar, anulem o golpe mais abjeto da história brasileira. ’

    O PT, as direções que se sucederam bem antes, usaram a bigorna e o martelo na exclusão de centenas de bons militantes, outros oportunistas, como a própria história mostrou. A história também já mostrou, existem centenas, milhares de militantes camuflados no Partido. Gleisi e  Lindbergh merecem o nosso respeito como parlamentares ligados as causas populares. Inês é morta, mas, temos que nos unirmos para enterrar o governo usurpador de Temer, e que todos os golpistas paguem pelo crime de roubar a democracia, roubar os nossos sonhos. Sem negociação. 


    Voltar