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  • Dominação populacional

    26/11/2017

     Para muitos lhes basta nascer, viver e morrer no mesmo lugar. A felicidade aparentemente está ali. O vasto mundo é ignorado mercê de práticas avoengas, tribais, desusadas, mas vivas à roda da rede e da cama no quarto − repouso de canseiras, de frustrada esperança na busca de felicidade. Na vida não descubro novidades criativas, mas caprichos de pequena duração, esquemas de dominação diria mercadológicas, realização pessoal, fogueira de vaidades, enfim. A religião nos fala de outros mundos e de outros seres.

    Parece que tentamos organizar seitas, dada ausência de explicações doutrinárias e filosóficas que as justifiquem teologicamente. Direi melhor, a razão cujos atropelos eventuais buscam encontrá-la. As mais evidentes, e conceituais, tornam-se verdadeiras crendices: umbanda, espiritismo e outras relacionadas − o mito do gato preto e do azar. Assim na ciência, na filosofia, nas artes principalmente.

    E na literatura explicitamente por sua possibilidade descritiva. Conheço-as, como escapadelas no ínvio traçado do destino da humanidade, mas não as pratico. Defendo-me como posso. Pensadores e filósofos petistas no nosso país, reduziram a problemática social a regras conceituais pretensamente republicanas. Para mim, sertanejo velha-guarda, de um mundo sem leituras (a rigor privilégio de padres e doutores) assimilamos e adotamos um comportamento ditado e revelado pelos profetas e sacerdotes – que exercem o poder de mando no processo religioso-mercantil-civilizatório. Brecht afirmava que a credibilidade na massa nasce com a mitigação da fome. Aí se fundamenta a esperteza das “bolsas”petistas, culminando no abandono da ética das ações políticas, na prática do maior processo de corrupção social no planeta, só alcançado metaforicamente em Sodoma e Gomorra.

    A Bíblia o revela. Inútil buscar e criar nos fatos, adrede estruturantes coincidências, como o faz o estéril filosofismo de energúmenos acadêmicos explorado por políticos corruptos. Vejam as nossas universidades públicas e privadas. Pelo contrário, a práxis inventa e determina imagens novas. Os minimalistas pretendem recriá-las. Os capitalistas aproveitam a abertura de novo mercado. A filosofia machadiana, a despeito da verossimilhança da conduta dos personagens, da sociedade retratada nas narrativas não me satisfaz intelectualmente, sataniza isto sim, o presumido esconderijo imaginado e criado, de fuga de imprevisíveis e até conhecidas turbulências sociais, preponderantemente pessoais.

    Do recôndito do lar, do aconchego maternal somo jogados na agitação dos episódios que nos levam a conhecer o mundo. A infinita (dá para acreditar) variedade de seres, estilos, que nascem e desaparecem, nos adverte de condições aleatórias que “vieram para mudar”. Daí o inegável idiotismo na filosofia que se propõe reexplicar o homem e a vida. Aí estão Tupã, Cristo Maomé, Buda e mais divindades dividindo o mundo dos crentes. Surpreendi-me, quando descobri que tal processo social de mudanças de comportamento, acentuo: usar a pala do boné voltada para trás, explica a criação da gramática gerativa de Chomsky que vem de Babel, do Mercantilismo, de Fourrier e chegaram a Trump e João Dória. Progresso ou retrocesso? Não temo dizer que na literatura brasileira chegamos ao energumismo de Dalton Trevisam, cópia, presumo, de Raymond Carver, no gosto e estilo de meros copistas em literatura, e cientificamente em achegas minimalistas à linguagem pré homo sapiens."


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