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  • Viagem, Academia, leituras, Dante

    17/11/2015

    Regressei da capital há oito dias, viagem de compromisso na Academia Paraibana de Letras − comparecimento à eleição para uma cadeira disputada por Evandro Nóbrega e Abelardinho Jurema. Faço por mera disponibilidade, este resumo dos acontecidos durante a minha permanência na capital: presença na APL, no MAG SHOPPING, no MANAIRA confraternizando com os amigos de sempre. E comprei livros. Também recebi doações. De livros.
    Votei em Evandro um “profissional” das letras na escrita e na ecdótica; erudição, enfim é a especialidade na sua formação intelectual. Quanto a Abelardinho, de presença literária, cultural no jornalismo, filho de acadêmico falecido, é amizade que vem de longe, do seu pai o notável paraibano que lhe deu o nome: Abelardo Jurema, ex-secretário de educação, deputado federal, senador, ministro da justiça, exilado fugindo da pressão do golpe militar de 64.
    Diretor dos serviços gerais do IPASE (extinto), Abelardo o Velho, eu modesto servidor “verba três”, mantive com ele no Recife, onde eu estudava, eventual e respeitosa convivência recebendo um aumento salarial de mais de 300% que ele propiciou, acredito com vista à próxima eleição na Paraíba. Mas não deu para ganhar o meu voto, na APL, esclareço, sem prejuízo na admiração que lhe dedicava. Nuances, nuances. Uma pena. Abelardinho é Mediterrâneo, Ilhas Gregas, Antilhas, Dubai, a nostalgia do Social Clube, felicidade e negócios: o melhor da vida, porque essa história de museus, monumentos e resquícios é complementarmente desnecessária para o crescimento e o desenvolvimento do planeta terra. Entulhos, dizem.
    Europa já era, está arrasada invadida por miseráveis refugiados da conflagração a que a mídia submete o nosso mundo, rendimento financeiro administrado com processos e teses aplaudidas pelas universidades que distribuem circuitos de pesquisa sem nenhum resultado relevante, cultu-ralmente avaliadas
    Recebi de Evandro, casado com uma sousense – que o jornalismo e a política nos tornara parceiros −, recentemente, uma intimação para tecer considerações sobre um texto que elaborou sobre um verso de Augusto dos Anjos, retirado do “EU”. Remonta a sua especulação sobre civilizações passadas e do presente, nos dois hemisférios da terra, compartilhadas na sua explicação sobre a lira do vate e o personagem Parfeno. 
    Imbricado em “razões e sem-razões” que penetraram também as profundas e éticas reflexões do Cavaleiro da Triste Figura – o ensaio desenha um mundo completo, uma vida inteira. Resume tudo num apotegma que referenda a fé e o ódio, o amor ao salvador do mundo, o Cristo menino, rejeitados pelo fundamentalismo-fanatismo, a retaliação islamita de hoje − uma Cruzada moderna de violência e pilhagem de bens, destruição de monumentos culturais e do assassinato de pessoas. 
    “Alahu Akbar!” Melhor traduzir do Google: Deus é Grande!
    Assim pervagando, desde as estepes geladas russas, o irredento, espinhoso e espinharento Evandro, resgata ardendo em brasas do sertão do Amigo Velho, a glória do poder de Deus na redenção cristã da fé, do amor, da justiça, na poesia do bardo paraibano.
    Terrivelmente desalentadora do humanismo adocicado dos românticos, é a leitura de alguns textos esotéricos de Evandro Dantesco Nobregante. Não brinquem:
    “Lasciati ogni speranza voi che entrate..” (continua)


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