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  • Ivan Rosendo e o LGBT

    13/07/2015

     Com a mente cansada aos 81 anos, insisto, talvez por comodidade, em comentar determinados assuntos, objeto de críticas que faço e me comprazem em longos debates. É da minha natureza. Sou o que sou onde nasci. Tapado, dizem. 
    Uma questão de comportamento social via extravagâncias de hábitos quiçá psicossomáticos, tenta impor mudanças individuais. Visam à transformação do modo de ser pessoal e da existência coletiva. E já vira “comunidade”: LGBT. Lanço veementemente o meu protesto.
    Ofendido no meu modo de ser, assemelhado ao padrão geral de me apresentar privadamente ou no cerimonial mais destacado das reuniões, de presença reconhecida como protótipo, gabarito, reajo incontinenti. Afinal somos diferentes, ocupem o seu lugar os que me contestam.
    Retomo, afinal, em razão de excessos que condeno, uma simples reflexão, que leva à individualidade, quanto ao respeito à escolha, objeto deste inusitado debate sobre comportamentos e hábitos amorais. 
    Gozando a liberdade na maneira de viver e se apresentar, os gays, as sapatonas jamais foram reprimidos. Agora avançam o sinal, querem ocupar espaventosamente os espaços públicos reservados a todos. E cantam hinos, criam legenda excluindo os demais.
    Onde a família é legalmente e naturalmente organizada pela união dos gêneros masculino e feminino, considero perpetração de "crime hediondo" contra adultos e crianças, submetê-los ao choque de saberem que o seu pai é João e a sua mãe é Pedro; ou que a sua mãe é Rosa e o seu pai é Maria, diferentes dos demais. 
    Admito a liberdade individual, mas a linguagem e a tipificação e proteção legal da "viadagem e sapatonagem" acho um abuso inominável. Que vivam. Tenho amigos gays e amigas lésbicas, mas cada qual com a sua intimidade que não me interessa. 
    A sociedade política e as coletividades se organizam com estruturas legalmente constituídas. Por que destruí-las fraudando os costumes, a tra-dição? Uma escolha? Para mim mero apanágio da safadeza, estimulada e permitida pela corrupção e aviltamento das atribuições e do funcionamento do Executivo, do Judiciário e do Legislativo, poderes constitutivos do Estado. Impossível negar e esconder.
    Admiro o conterrâneo Ivan Rosendo que não conheço pessoalmente, porém, sei da sua atividade de aficionado, de militante principalmente nas lides do espírito, agitador da nossa vida cultural. Ele manifestou-se surpreendido com estas minhas convicções acima declaradas, antes lidas em algum lugar. Não deve ele, entretanto, constituir-se simplesmente, superficialmente numa “pedra no meio do caminho” no processo social, um acidente apenas, pelo contrário, melhor um passo a mais no seguimento evolutivo, no desenvolvimento das manifestações culturais de um povo. É o que lhe desejo, este é o caminho, me permito indicar..
    Tenho a declarar sobre Ivan, pelo que sei: ele é coerente nas suas ações no campo da modernidade, e marcou depois de “Letras do Sertão”, com a “Matriz das Artes” o episódio cultural de massa de maior significação na nossa cidade. 
    Falo das diferenças apregoadas. Tivemos no passado, a liderança do operário e carnavalesco Enéas Preto, aceita e respeitada dentro da cidade, associações e ordens cristãs a que acorria a sociedade. Perduraram algumas, desapareceram outras, naturalmente, sem maiores implicações na convivência da sociedade, guardando o seu espaço, no brilho ou não dos seus valores, de suas manifestações. Palhaçada, safadeza é outra coisa.


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