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  • Do outro lado da vida

    14/06/2015

     Nunca duvidei do sobrenatural. Significa que sou sensitivo. Herdei do meu pai, Francisco, o medo de alma (hoje mais ou menos superado...rsrsrsrsrs). Ele partiu desta para outra vida há exatos dois anos, dia dedicado aos namorados. Coincidência, ele deixou na terra aquela que foi sua namorada durante 63 anos - minha mãe, Francisca.

    Voltemos à alma. Dia desses acordei suavemente de um encontro com Leitão. Parecia uma coisa real, mas era um sonho.

    Por vezes sinto sua presença do meu lado, bem forte. Recebo essa graça como uma súplica – aí eu rezo por ele que, em seguida, parte. Sua partida é como a chegada: silenciosa.

    Há momentos em que vejo sua imagem como se carregasse alguma angústia. Seria saudade? Preocupação com os que ele aqui deixou? Tristeza porque partiu? Não sei. Seja o que for, quero continuar sentindo sua presença e vendo-o como se fosse real. Só assim será possível senti-lo vivo, como antes.

    Para descontrair, uma dúvida: será que meu pai ainda tem medo de alma, sendo ele uma delas? Acho que não. E possivelmente ele queira me dizer que não há razão para temê-la. Mas essa resposta eu quero que ele mesmo me dê. Volta sempre, Leitão, e me abraça quando quiser e puder. Só assim eu espanto essa imensa saudade. Sem medo do outro lado da vida.


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