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  • 27.07.2018 - 05:11

    Teoria da relatividade geral de Einstein é comprovada mais uma vez


    No início do século passado, quando Albert Einstein propôs sua Teoria da Relatividade Geral, surgiu sua famosa equação que diz que E=mc², fazendo a relação entre massa, energia e a velocidade com que a luz se propaga no vácuo. Só que, naquela época, pouco se podia fazer na prática para atestar a teoria brilhante. Desde então, teorias do gênio vêm sendo comprovadas em observações espaciais possíveis graças ao avanço da ciência e da tecnologia — e, agora, uma equipe de cientistas do European Southern Observatory (ESO) acabou de comprovar a equivalência massa-energia determinando o que acontece quando uma estrela passa por um buraco negro.

    O estudo vinha sendo conduzido há 26 anos, usando dados do Very Large Telescope para tal. O telescópio ficou apontado para o centro da Via Láctea por tempo suficiente para a obtenção dos resultados e, segundo Françoise Delplancke, chefe do departamento de engenharia de sistemas do ESO, "aqui no Sistema Solar, só podemos testar as leis da física agora e sob certas circunstâncias; por isso, é muito importante na astronomia verificar também se essas leis ainda são válidas onde os campos gravitacionais são muito mais fortes".

    E é exatamente isso o que a equipe vinha fazendo nas duas décadas e meia que se passaram em sua pesquisa. No centro da Via Láctea, a cerca de 26 mil anos-luz de distância, está um buraco negro supermassivo que é mais de 4 milhões de vezes maior do que o Sol. Só que ao seu redor há um montão de poeira e outros objetos, o que torna uma observação estelar muito difícil.

    Contudo, com uma boa dose de paciência aliada a tecnologias de ponta é possível analisar o que acontece com uma estrela que estiver passando em alta velocidade por um buraco negro supermassivo. Fazendo isso, os cientistas conseguiram determinar as assinaturas gravitacionais dessas estrelas, observando como as coisas mudam à medida em que os astros são afetados pela atração gravitacional do buraco negro.

    De acordo com o estudo da equipe, a teoria de Einstein se encaixa perfeitamente nas extremas condições em que já foi testada, com mais esta comprovação de agora. Sendo assim, se as ideias do gênio sobre como a física funciona também valem para um cenário envolvendo um buraco negro supermassivo, isso indica que sua teoria será válida em praticamente qualquer outro lugar do universo.

    Patrícia Gnipper/MSN