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  • 28.06.2016 - 02:35

    Se Messi parar mesmo, futebol argentino quebra de vez


    O pênalti perdido pelo seu grande astro pode ter consequências muito mais graves ao futebol argentino que ‘apenas‘ um título perdido e outro ano acrescentado à persistente seca de título. Lionel Messi se abalou com a nova derrota para o Chile na decisão da Copa América e, no calor da emoção, disse que não jogaria mais por seu país. A perda dentro de campo, claro, seria gigantesca. O problema é que ela também teria consequências irreparáveis nos já combalidos caixas da Associação de Futebol da Argentina, a AFA.

    Já não é segredo algum o tamanho da crise vivida no futebol hermano. Tanto é que a albiceleste quase ficou de fora da Copa América por conta de uma intervenção do governo na AFA - o que é proibido pela Fifa, mas acabou deixado em segundo plano nesse caso.Mas, como já mostrou o próprio ESPN.com.br, essa era apenas a ponta do iceberg.

    As contas estão tão no vermelho que o técnico Gerardo Martino sequer estava recebendo salários. Na própria Copa América, o país não teve dinheiro para mandar jovens para completar os treinos da equipe principal. A Argentina teve que recorrer a jogadores, homens e mulheres, de uma universidade para isso. E, claro, acabou virando piada.

    E o que Messi tem a ver com tudo isso? Muito, na verdade. Se está ruim com ele, sem ele a situação seria catastrófica.

    Isso porque estima-se que ele seja o responsável por algo em torno de 40 e 50% do dinheiro arrecadado pela seleção. Ou seja: se ele se aposentar, a arrecadação de dinheiro cai pela metade.

    Messi é o grande responsável por dinheiro em três frentes: venda de ingressos, venda de amistosos e patrocinadores. Por ele, os argentinos estão dispostos a colocar a mão nos bolsos para lotar estádios, e os gringos a abrir os cofres para receber a seleção albiceleste nos principais estádios do mundo. Fora isso, as grandes empresas pagam mais para patrocinar um time que conta com o melhor jogador do mundo em campo - ainda mais um atleta no estilo de Messi, sempre muito distante de qualquer confusão.

    "Contar com Messi na seleção tem um algo a mais. Se nota um incremento nos ingressos por sua presença. Te brinca com prestígio, claridade e, obviamente, dinheiro. Ele tem o efeito de uma bola de neve e, por sorte, ela é a nosso favor", disse, em 2013, o então tesoureiro da AFA José Lemme. "O feito de Messi ser argentino potencializa a marca. Os patrocinadores sabem o que significa ter o melhor do mundo em campo", completava.

    "Em matéria de faturamento, Messi significa algo entre 40 e 50%. E futebolisticamente falando, também. Ele é o jogador e mais deu resultados ao futebol argentino em toda a história. E em todo sentido. Dá nada, sem pedir nada em troca", dizia Julio Grondona, o então presidente da Associação de Futebol da Argentina.

    A matemática, portanto, é simples. Sem Messi, o dinheiro que entra cai pela metade, e o dinheiro que sai segue basicamente o mesmo. Se já estão no vermelho, as contas, claro, não vão fechar nunca por lá.(ESPN.com.br)