Página inicial

Notícia > Ciências

  • 04.08.2014 - 05:38

    Por que os cachorros gostam de cheirar traseiros de outros?


     Entre os cães, cheirar o traseiro um do outro é algo comum em todas as partes do mundo.

    Mas por que eles fazem isso?

    Embora pareça uma pergunta boba, a resposta não é tão simples assim - e é mais interessante do que parece.

    O motivo, diz a Sociedade Americana de Química (ACR, sigla em inglês) em um vídeo educativo, é químico.

    Os cachorros têm, como se sabe, o olfato altamente desenvolvido. Assim, estima-se que seu focinho seja entre 10.000 e 100.000 vezes mais sensível do que o nariz humano.

    Quando eles encostam seus focinhos na traseira de outro cão, o que eles fazem é coletar uma grande quantidade de informações sobre o outro animal, como qual comida ele comeu, gênero e até o estado emocional.

    É como conversar, mas usando química. Na verdade, este é apenas um dos muitos exemplos de comunicação química no reino animal.

    Papo de secreção

    Em 1975, o cientista George Preti, especialista em feromônios e odores humanos no Centro Monell da Química dos Sentidos, estudou as secreções anais de cães e coiotes e identificou os principais componentes das secreções produzidas por glândulas alojadas em duas pequenas bolsas, os chamados sacos anais.

    Esta linguagem química, observou Preti, é composta de trimetilamina e vários ácidos graxos voláteis e o aroma pode mudar de acordo com a genética e o sistema imunológico do animal.

    É interessante entender como os cães percebem e processam essa "mensagem" química.

    Os cães, dizem os especialistas da ACR, têm um sistema olfativo auxiliar chamado órgão Jacobson ou vomeronasal.

    Projetado especificamente para comunicação química, o órgão tem nervos próprios, que se comunicam diretamente com o cérebro.

    Portanto, não há nenhuma interferência de outros odores corporais quando eles leem as informações químicas dos outros cães.

    No entanto, os cães não são os únicos que se comunicam com cheiros. A natureza possui inúmeros exemplos de animais que são especialistas em mensagens odoríferas. Veja alguns deles:

    O morcego que faz perfume:

    Os morcegos tropicais são especialistas na arte da comunicação química, porque além de produzir secreções, eles misturam cheiros para atrair as fêmeas.

    Essa espécie de morcego vive em colônias que são divididas em haréns, cada uma com um macho e várias fêmeas. Os machos marcam seu domínio territorial com secreções de uma pequena glândulas chamada angular, localizados sob o queixo.

    Mas para cortejar as damas não basta um único odor: é preciso misturar essa secreção com outras produzidas por seus órgãos genitais e urina, ato que os homens preparam diariamente com cuidado em sacos especiais que ficam em suas asas, como disse Jason Goldman, da BBC Future.

    Embora o resultado tenha um mau cheiro para o nariz humano, o "perfume" desses morcegos requer um processo complexo para seduzir as fêmeas. Uma vez produzido, o morcego precisa bater as asas na frente da fêmea para emanar o aroma e seduzi-la.

    Os antílopes negros e um poderoso afrodisíaco:

    Este mamífero que vive na Índia, Paquistão e Nepal, tem uma maneira curiosa, e que usa do odor, para atrair a atenção das fêmeas.

    Além do cheiro produzidos pelas glândulas lacrimais durante o período de acasalamento, os machos comunicam suas intenções com os seus excrementos.

    Em vez de perseguir as fêmeas, os antílopes machos produzem um monte de fezes e as esperam, rodeados por esse aroma afrodisíaco peculiar - uma estratégia que foi gravada pela BBC Nature.

    O anel de cauda aromático é a arma do lêmure:

    Estes primatas na ilha de Madagascar têm uma forma diferente de lutar por território: os machos esfregam a cauda com pequenas glândulas que possuem nos pulsos e, em seguida, agitam para espalhar o aroma.

    A briga de caudas geralmente permite que eles marquem seu espaço, mas nem sempre evitar o combate corpo a corpo.

    Além disso, sacudir a cauda "perfumada" também serve para atrair fêmeas, diz a BBC Nature.

    Leia mais em: http://zip.net/btpb1L