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  • 25.05.2016 - 17:44

    O LIXO DA LAGOA: MPF vai investigar até o fim para que a verdade possa surgir


    Só a verdade e nada mais. É isto que está interessando ao procurador da República, Yordan Delgado, que concedeu entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (25), para falar sobre o andamento das investigações que apuram um desvio milionário nas obras de reforma pela prefeitura municipal de João Pessoa no Parque Solon de Lucena, a Lagoa.

    Segundo ele foram instaurados inquéritos civil (MPF) e policial (Polícia Federal) para investigar as denúncias tendo em vista as divergências de informações repassadas pelas empresas envolvidas na obra. “Isso reforça a necessidade de continuidade das investigações”, disse.

    IRREGULARIDADES

    A quantidade de lixo retirado do local (200 mil toneladas) não seria compatível com a mão de obra e com os equipamentos utilizados pela empresa responsável, a Compec, mas, tanto a empresa, quanto a prefeitura da Capital não desmentem os números, reforçando que a quantidade de lixo retirada. é mesmo a que foi anunciada nas propagandas de outodoors.

    O procurador disse que Ministério Público Federal já ouviu os donos da construtora e solicitou auxílio da Polícia Federal para continuar colaborando nas investigações a fim de desvendar a veracidade ou não das suspeitas do desvio de recursos públicos.

    Delgado ressaltou ainda o fato de as placas dos veículos que fizeram a retirada dos dejetos da Lagoa não são compatíveis com a carga, sendo até mesmo placas de veículos de passeio. Em sua defesa a empresa alega erro de digitação.

    Descrição: Lixo da PMJP

    Ainda segundo o procurador, mais pessoas serão ouvidas para prestar esclarecimentos, principalmente funcionários da prefeitura de João Pessoa.

    Outra irregularidade apontada e que também causou suspeita é o tamanho do dique construído para escoar água. No projeto o tamanho seria bem maior do que o que realmente foi construído.

    CAUTELA

    Apesar de todos os indícios, o Ministério Público Federal mantém a cautela, e destaca que ainda é cedo para apontar improbidade administrativa por parte da prefeitura de João Pessoa. “As investigações seguem sendo feitas. O foco, neste momento, é comprovar o que foi relatado pela Controladoria Geral da união”, destacou.

    ELEIÇÕES x DESVIO MILIONÁRIO

    O procurador disse que ainda não é possível confirmar se a destinação da verba seria utilizada para financiar alguma campanha eleitoral, seja de 2014, quando o irmão do prefeito Luciano Cartaxo (PSD), Lucélio Cartaxo disputou o Sendo Federal pelo PT, seja para o pleito deste ano, eleição em que o atual prefeito disputa a reeleição.

    “Não é possível afirmar nada ainda. De início, as investigaçoes buscam confirmar as informações a respeito das irregularidades apontadas pela CGU. Comprovando as possiveis irregularides, aí sim, o objetivo das investigaçoes seriam identificar o motivo e destinação dos desvios.”, adiantou.

    A imprensa insistiu para saber se os recursos podem ter financiado campanhas, mas o procurador, mais uma vez, não confirmou a suspeita: “Não quero atestar nada agora. Não se pode concluir enquanto as investigações não chegarem ao fim”, disse.

    RELATÓRIO DA CAIXA

    Sobre o relatório emitido pela Caixa Econômica Federal, que atesta a regularidade da destinação dos recursos, e que foi utilizado pela prefeitura de João Pessoa para reforçar a regularidade do serviço, o procurador disse que este também será anexado ao processo. O Ministério Público quer saber quais foram os parâmetros utilizados.

    “Temos que trabalhar conjuntamente para que a verdade possa surgir. Não é uma investigação simples. Não descuidaremos de tudo que merece ser investigado”, reforçou.