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  • 02.04.2018 - 06:11

    Monique e Nelma: espíritos de luz


    Sérgio Botelho

     Mal havíamos nos recuperado da morte da jovem Monique, filha de Cristiano Machado e Socorro Oliveira, amigos de tanto tempo, eis que outra notícia enluta João Pessoa: a morte da jornalista Nelma Figueiredo.

    Nos dois casos há pelo menos duas coincidências dolorosas: ambas eram conhecidas por um bom humor contagiante, a desanuviar qualquer ambiente, e, tanto uma quanto a outra morreram vitimadas pelo ainda terrível câncer.

    Sempre que morrem pessoas, assim, tão jovens, com imensas contribuições a dar, ainda, para a história em seu derredor, o sentimento de perda se aguça, ainda mais, conduzindo a situação para o inevitável campo da tragédia.

    De Monique, lembro bem de sua felicidade contagiante quando, ao lado do pai e da mãe, e da irmã Natasha, participava de eventos, já lutando contra a doença, mas, sobretudo, em nada transparecendo sofrimento ou transmitindo qualquer apelo comiserativo.

    Sobre Nelma, vem a lembrança de uma jornalista irretocável, extremante autoconfiante, a inspirar colegas de profissão de ambos os sexos, seja na Assessoria de Imprensa do Detran, em O Norte, no Correio da Paraíba ou na Rede Paraíba de Televisão.
    Quando assessorava a Secretaria de Comunicação, um tempo comandada pelo saudoso Luis Augusto Crispim e outro tempo pelo também pranteado Jório Machado, pude sentir o orgulho e o amor que este último nutria pelas netas Natasha e Monique.
    Também nessa época, convivi mais amiudemente com a assessora de imprensa Nelma Figueiredo, como já disse, dos quadros do Detran, a exercer a profissão com a mesma dignidade e eficiência com que ia às ruas catar histórias para os órgãos de imprensa.
    Antes, seja na redação dos Correio da Paraíba, onde trabalhei alguns anos, seja em O Norte, onde também exerci a profissão, seja em encontros habituais da imprensa em torno dos fatos, o convívio com Nelma era sempre em alto astral.

    Ontem, ao tomar conhecimento dessa nova perda paraibana, consegui postar, não sem muita dor, uma mensagem para Nelma, no Facebook, e me dediquei, pelo resto da tarde a tentar absorver a notícia, pois me recusava a acreditar naquilo, no que compartilhei do mesmo sentimento explicitado por Nonato Guedes.
    Semana passada, a notícia da morte de Monique nos provocou, a mim e a França, dor semelhante, que nos fez, naquele momento, como agora, indagar em protesto dirigido a não sei exatamente quem: como pode a humanidade ainda estar morrendo de câncer?

    O protesto fica por conta das inúmeras conquistas científicas, inclusive no campo da saúde, empreendidas seres humanos, sem esquecer das viagens interplanetárias que já praticamente viraram rotina.

    Ao mesmo tempo, mísseis intercontinentais estão a postos para aniquilar com a Terra, a qualquer momento, enquanto o câncer (sem que se esqueça, ainda, da fome que atinge milhões de seres, em todo o Planeta) continua matando pessoas de todas as idades, inclusive jovens alegres e benfazejas como eram Monique e Nelma, estas, tão próximas de nós, portanto, a nos causar mais sofrimento.

    Como alivio a dores tão profundas, acredito que não tenhamos perdido de vez Monique e Nelma. Seus espíritos de luz haverão de permanecer pelos céus de João Pessoa, uma, a clarear a vida dos jovens, outra, as das redações da mídia pessoense. Ambas, a iluminar os caminhos de seus familiares e amigos, todos, profundamente consternados com as suas passagens.