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  • 24.06.2014 - 06:18

    Kit portátil promete bebê de proveta a R$ 600


     Pode um kit de fertilização in vitro - técnica para gerar os chamados bebês de proveta - caber em uma caixa de sapatos? E será que alguns produtos básicos encontrados na cozinha podem proporcionar esperança para quem quer ter filhos?


    Um sistema simples, que responde 'sim' a estas perguntas, promete reduzir os custos dos tratamentos de fertilização e atacar o estigma causado em alguns lugares pela falta de filhos.

    A sul-africana Nosiphiwo tentou engravidar por anos quando a família de seu marido pediu seu lobola de volta - o dote pago pela noiva por ocasão do casamento.

    Ela foi desprezada por seus sogros por não ter filhos, e se sentiu excluída do resto da comunidade. Nosiphiwo diz que as mulheres em sua situação às vezes optam pelo suicído.

    "Eu pensei nessa possibilidade. Porque você não tem outra opção."

    Laboratórios sofisticados

    Os altos custos do tratamento de fertilização são inalcançáveis para muitos casais ao redor do mundo. Muitos esgotam seus recursos financeiros, vendem bens ou contraem dívidas.

    Um dos maiores obstáculos é o custo dos laboratórios, complexos e sofisticados, onde os bebês de proveta são fertilizados.

    O obstetra belga Willem Ombelet trabalhou na África do Sul nos anos 1980 e viu muitos casos como o de Nosiphiwo.

     

    The Walking Egg/ BBC



    Quem não podia pagar pelo tratamento de fertilização ia ao hospital sob outros pretextos, mas com o real intuito de buscar soluções para sua infertilidade.

    "Eles esperavam de forma tímida no hospital e perguntavam se havia algo que podíamos fazer por eles", conta o obstetra.

    Naquela época, a resposta desoladora era não.

    Mas desde então, Ombelet fez campanha para melhorar o acesso global aos tratamentos de infertilidade e cofundou a organização sem fins lucrativos The Walking Egg para aumentar a conscientização sobre fertilidade em países em desenvolvimento.

     

    Simples meio de transporte

    A missão central da Walking Egg é popularizar um sistema simples de fertilização do óvulo.

    As melhores condições para um esperma fertilizar um óvulo fora do corpo são um ambiente ligeiramente alcalino e uma temperatura de 37ºC.

    Normalmente essas condições são reproduzidas em laboratórios sofisticados, equipados com grandes ventiladores, incubadoras complexas, e um estoque de caros gases.

    Mas quando Ombelet conheceu o embriologista Jonathan Van Blerkon, em 2008, ambos tiveram a ideia de criar um laboratório barato e portátil.

    Van Blerkom reviveu a técnica que usou nos anos 1980, quando transportava embriões de vacas pelo Estado americanos do Nebrasca.

    Ao misturar bicarbonato de sódio e ácido cítrico, ele criou o seu próprio CO2, adicionando-o periodicamente à solução que continha os embriões para manter níveis ideais de concentração de CO2 e de alcalinidade.

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