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  • 16.04.2015 - 12:25

    Jornalista pró-Rússia é assassinado na Ucrânia; Moscou e Kiev trocam acusações


     O jornalista ucraniano Oles Buzina, conhecido por seu posicionamento a favor da interferência russa em seu país, foi assassinado nesta quinta-feira (15) em Kiev (capital da Ucrânia), segundo Anton Gueraschenko, assessor do Ministério do Interior. Esta foi a segunda morte nas últimas 24 horas envolvendo defensores de Moscou.

    "Oles Buzinas acaba de ser baleado", escreveu Gueraschenko em sua página do Facebook. O assessor afirmou que o jornalista foi baleado a partir de um Ford Focus de cor azul escuro e com registro de outro país. Segundo vizinhos do jornalista, foram ouvidos quatro disparos, e um deles atingiu a cabeça da vítima, no pátio do edifício residencial onde morava.

    Buzina, 45, foi editor por três meses do jornal "Sevodnia", propriedade do oligarca Rinat Ajmetov, original da região oriental de Donetsk, que se transformou em bastião do movimento separatista no país. O jornalista deixou seu cargo em março, citando problemas de censura. Em 2012, ele concorreu ao Parlamento ucraniano por um partido minoritário pró-Rússia. De acordo com a agência Associated Press, ele era visto mais como um ativista do que como jornalista.

    A morte de Buzina ocorreu um dia depois do assassinato do político ucraniano Oleg Kalashnikov, antigo deputado do Partido das Regiões, do ex-presidente Viktor Yanukovich (deposto no início de 2014), atingido por vários disparos no portão de sua casa, na quarta-feira.

    Outras três mortes recentes de ex-integrantes do Partido das Regiões, aliado russo, foram registradas na Ucrânia: Olexander Peklushenko, ex-governador, e Stanislav Melnik, ex-deputado, foram encontrados mortos em suas respectivas residências em março, e Mikhailo Chechetov, também do partido de Yanukovich, teria cometido suicídio ao se jogar do 17º andar de um prédio em Kiev em fevereiro.

    Troca de acusações

    O assassinato do jornalista gerou discussão entre Kiev e Moscou. O assessor Gueraschenko publicou no Facebook que continuavam "os assassinatos das testemunhas no caso Antimaidan" --quando manifestantes contra Yanukovich, reunidos na praça Maidan, no centro da capital, foram atacados por forças do governo, no início do ano passado. Os protestos levaram à queda do presidente, que havia frustrado a expectativa da população ucraniana sobre a entrada do país na União Europeia, favorecendo as relações com a Rússia.

    Gueraschenko também recomendou que as testemunhas do caso avisem a polícia caso se sintam ameaçadas. O assessor disse que os assassinatos "podem ter sido" orquestrados pela Rússia.

    Já o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, disse que os assassinatos de Buzina e Kalashnikov são "provocações" dos inimigos da Ucrânia.

    "É evidente que estes crimes são fatos do mesmo tipo. Entende-se sua natureza e sentido político: é uma provocação consciente de nossos inimigos. São voltados a desestabilizar a situação política interna na Ucrânia, a desacreditar a escolha do povo ucraniano", declarou. 

    Em uma sabatina transmitida ao vivo, nesta quinta-feira, em que respondia a perguntas do público, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, respondeu que "este não é o primeiro assassinato político" na Ucrânia.

    "Na Ucrânia, nos topamos com uma série de assassinatos dessa classe. Onde estão os assassinos dessa gente? Simplesmente, não existem. Nem os assassinos nem os que os encomendaram. E na Europa e Estados Unidos preferem olhar para outro lado", afirmou Putin. (Com informações das agências internacionais de notícias)

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